Zona da Mata de Minas Gerais apresenta queda em transplantes de órgãos e tecidos
31 de julho de 2016 3min de leitura
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Minas Gerais – O número de transplantes realizados em Minas Gerais diminuiu cerca de 20% entre janeiro e junho de 2016, em comparação com o mesmo período de 2015. Os dados são da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e, na Zona da Mata, são ainda mais drásticos – a queda foi superior a 26%.
Nos seis primeiros meses de 2015, foram registrados pelo Governo do Estado 95 transplantes na região, 25 a menos que em 2016, quando 70 procedimentos foram feitos.
Os números preocupam as autoridades, que precisam lutar a favor da informação e contra mitos e crenças. “Há um aumento da recusa familiar, que é feita muitas vezes por tabus religiosos, medo de mutilação do corpo e desconhecimento de que o diagnóstico de morte encefálica, necessário para a doação, é seguro e irreversível”, explicou o diretor do MG Transplantes, responsável pela coordenação da política de transplante de órgãos e tecidos no estado, Omar Lopes Cançado.
No primeiro semestre deste ano, foram realizados 932 transplantes em todo o estado. A maioria deles, de córnea, que beneficiaram 540 pessoas. Em seguida, na lista dos procedimentos, aparecem os de rim, com 253 cirurgias; os de medula óssea, com 48 transplantes; e os de fígado, com 44.
Na Zona da Mata, a estatística é semelhante. Até o dia 30 de junho, 35 córneas foram transplantadas, assim como 19 rins. Foram 14 procedimentos para troca de medula óssea e um caso de transplante de fígado. Na região, ainda houve um transplantes de esclera, tecido que reveste o globo ocular.
Para tentar aumentar o índice de doações, a logística aérea tem sido cada vez mais estimulada no Estado. Em casos específicos, o tempo é um fator crucial para que órgãos e tecidos cheguem ao hospital de destino em bom estado de conservação. Por isso, em 2016, 25 aeronaves coorporativas foram utilizadas.
“Dependemos diretamente do tempo para o sucesso das operações, já que os órgãos não podem ficar muito tempo sem circulação sanguínea. Assim, precisamos desta logística para realizar o transporte rápido e adequado de doações”, ressaltou Cançado.
Trata-se de aeronaves do Batalhão de Rádio Patrulhamento Aéreo da Polícia Militar (PM), do Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros, do Núcleo de Operações Aéreas da Polícia Civil e equipamentos operados pelo Gabinete Militar do governador de Minas Gerais. Todas estão disponíveis 24 horas por dia, todos os dias da semana.
O mês de julho começou com 3.096 pessoas na lista de espera de doações, aguardando algum órgão em Minas Gerais. No caso de medula óssea, por exemplo, a probabilidade de encontrar um doador compatível é de um em cada 100 mil. Por isso, é extremamente necessário que os cadastros no MG Transplante estejam sempre atualizados.
O sistema de transplantes no Brasil é praticamente todo gerido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), isento de qualquer tipo de taxa. Para ser um doador, basta que a pessoa comunique a decisão aos familiares, que podem autorizar as doações dos órgãos. Não é preciso deixar nada por escrito e nenhum registro em documento de identificação. Um doador pode beneficiar até 10 pessoas na fila de espera.
Em todo o estado, funcionam seis centrais do MG Transplante. A de Juiz de Fora fica na sede da Santa Casa de Misericórdia, na Avenida Barão do Rio Branco, nº 3.535, no Bairro Passos. Outras informações estão disponíveis pelo telefone (32) 3229-2392, através do site da Fhemig ou pelo e-mail [email protected] e [email protected].
Fonte: G1.
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