Paraná – Nesta temporada de verão, o litoral do Paraná conta com uma ação inédita e diferenciada do Batalhão de operações aéreas (BPMOA/PR): os voos noturnos, os quais já ocorreram em todas as sextas-feiras de janeiro durante os shows do Palco Verão Maior, em apoio às equipes policiais em terra e outras duas vezes, na sexta-feira (24/01), em atendimentos à vítimas que precisavam de transporte rápido para que suas vidas fossem salvas. O Falcão 03, aeronave utilizada, é compostas por equipamentos de transporte aeromédico e a tripulação é composta por um médico.

Foto: BPMOA

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As duas últimas ocorrências, nas quais foi necessário o uso do helicóptero à noite, foram dois casos clínicos: uma Remoção Aeromédica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Praia Grande para o Aeroporto de Paranaguá, de vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC), e outro transporte aeromédico de uma pessoa com câncer que precisou ser transportada com urgência, ambas de Matinhos para Paranaguá.

Desde o início da temporada, foram três missões aeromédicas em apoio aos órgãos de Saúde envolvidos na Operação Verão Maior. “Nas noites de todos os shows, a equipe permaneceu de prontidão para atendimento a ocorrências, caso houvesse, durante os eventos. Foi neste sentido que as três ocorrências foram atendidas, entre elas a de um ferido por arma de fogo, na primeira sexta-feira. São três casos que podemos ter feito a diferença na vida das pessoas”, conta o Comandante do BPMOA, tenente-coronel Julio Cesar Pucci.

Ainda segundo o Comandante do Batalhão de Operações Aéreas, o voo noturno é muito importante para o serviço de emergência. “Não sabe-se a hora que vai surgir uma ocorrência que precise da intervenção de uma equipe especializada, no entanto a operação precisa de muito planejamento e mitigação de riscos, tendo em vista que as condições metereológicas, a limitação estrutural envolvendo a logística de pouso homologado noturno, e até as referências hospitalares ou de embarque de vítimas podem influenciar”, explica.

Foto: BPMOA

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“Com esta parceria entre Polícia Militar, por meio do BPMOA, com a Secretaria de Estado da Saúde, quem ganha é o paciente e, consequentemente, o sistema, pois quanto mais rápido for o atendimento, menor será a complicação intra-hospitalar e, por conseguinte, o tempo no leito e na reabilitação, então são muitas as vantagens e benefícios, principalmente nesta época que temos milhares de pessoas no litoral o Paraná”, diz o tenente-coronel.

A capacitação dos pilotos e demais operadores também é essencial, levando em consideração técnicas para adaptação da fisiologia de voo noturno (que envolve a limitação visual), mudança da perspectiva de profundidade e equilíbrio, entre outras. “A implementação de visualizações diferenciadas no monitoramento de instrumentos via Cross check, que em voo diurno são diferenciados, assim como um controle rígido quanto a fadiga, para diminuir as chances de erro humano na missão, são importantes”, relata Pucci.

PLANEJAMENTO – Fazer um planejamento, nesse caso, envolve a criação de uma carta padronizada de procedimentos aeronáuticos, contendo um estudo minucioso dos obstáculos na rota pré definida, com pontos de balizamento vertical compulsórios e visuais e determinação de locais únicos para pouso.

“Por exemplo, quando houver uma ocorrência em Guaratuba, inicialmente a ambulância vai até o local, faz o primeiro atendimento, identifica a gravidade e transporta a vítima para o local de pouso pré-definido e conhecido pela a tripulação, já treinada tanto para operação de dia quanto para a noite”, exemplifica.

Conforme o coronel, isso é diferente dos vôos diurnos, no qual a aeronave tem condições de pouso em área restrita (terreno, rua, esquina próximo ao local ou outra área que tenha  dimensões adequadas para pouso), uma vez que é montado um procedimento padrão para atuação, que depende do engajamento tanto das pessoas em solo como das tripulações de voo envolvidas na missão.

PROJEÇÃO – A ideia, de acordo com o Comandante da Unidade, é que seja criada uma cultura operacional que viabilize esse planejamento, com maior estrutura, para uma maior frequência dessas operações.

“Isso viabilizando operações até com equipamentos mais modernos, que operem por instrumentos, com possibilidade de duplicação de potência e parâmetros, evoluindo a operação e aumentando a disponibilidade lado a lado com a segurança, que é a prioridade para missões de Urgência como resgates e remoções aeromédicas de gravidade”, destaca.