Voo cego
23 de outubro de 2014 1min de leitura
NÁDIA TEBICHERANE
Sempre disse e escrevi por aqui e por muitos lugares que voar é uma das maiores aventuras humanas. Que cruzar os céus na mais variadas missões é antes de tudo a coragem de realizar sonhos.
No entanto, nesse dia do aviador, andei pensando num voo dos mais desafiadores e corajosos que existe. Um voo ao alcance de qualquer ser humano disposto a navegar pelo desconhecido, a ter a humildade de um aprendiz e persistir na sua busca.
O voo para dentro de nós mesmos pode nos revelar paisagens acolhedoras, recantos sombrios, campos baldios, praias desertas…
Essa é uma missão de reconhecimento. Só podemos modificar a paisagem para melhor, quando identificamos seus problemas. É preciso revolver e adubar a terra do nosso espírito para jogar novas sementes.
Sobrevoar o terreno, jogar a corda ou a rede e resgatar sonhos, ideias e planos que estão perdidos, mas que sobrevivem à espera de socorro.
Salvar a criança que invariavelmente é esquecida em algum lugar enquanto o adulto batalha seus dias.
Esse voo é sem dúvida o mais difícil. Não sabemos o que vamos encontrar, com o que vamos lidar. Voar no próprio céu e passar pelas próprias tempestades não é fácil, mas pode nos trazer grandes alegrias e uma viagem mais segura pela vida.
Nesse dia do aviador, desejo muita alegria aos que irão voar pelos céus da Terra e muita fé aos audazes que irão voar pelos céus da alma.
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