Vants da FAB apoiam apreensão de 2 toneladas de maconha na fronteira
29 de setembro de 2011 3min de leitura
29 de setembro de 2011 3min de leitura
Em 13 dias, uma operação das Forças Armadas em parceria com órgãos federais e estaduais apreendeu 2 toneladas de maconha, 650 kg de explosivos, oito armas e 510 kg de agrotóxicos contrabandeado em 3.550 km de áreas de fronteira. Tudo isso graças às informações conseguidas por meio do RQ-450 um dos dois Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants) da Força Aérea Brasileira.
Conheça outros tipos de Vant
Comandadas por terra, as aeronaves fazem parte do primeiro esquadrão de Vant da FAB, baseado em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Desde o dia 10 deste mês uma delas atua na operação Ágata 2, que ocorre nas áreas fronteiriças do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
A aeronave, de fabricação israelense com 6 m de comprimento e 10 de envergadura, transmite imagens em tempo real para a base, instalada em Santa Rosa, a quase 400 km de Porto Alegre, para esta operação. Ela possui localizador e sistema de infravermelho para imagens noturnas. Esses Vants chegam a 15 mil pés de altitude, o equivalente a 4 ou 5 km, e tornam-se imperceptíveis. Não é possível ouvir seu som ou vê-los a esta altura, devido à pintura cinza.
“Um barco ou helicóptero denuncia sua presença e faz com que algumas pessoas tenham tempo de fugir ou se desfazer da carga. O Vant, além de imperceptível, consegue identificar a atividade das pessoas, casas e já surpreendeu até fugas de barco. Sabendo a localização exata aí sim é enviado um helicóptero por exemplo”, explica o comandante do esquadrão, tenente-coronel Paulo Ricardo Laux.
A base operacional do RQ-450 é facilmente transportada e pode ser montada em praticamente qualquer lugar. O equipamento é composto por uma antena de controle e um shelter (abrigo em inglês) onde ficam as cabines dos pilotos. Duas aeronaves podem ser pilotadas simultaneamente de um único shelter. Mesmo que o procedimento seja feito por terra, os condutores dos Vants são experientes pilotos da FAB.
O RQ-450 pode percorrer mais de 250 km a 95 km por hora. Ele chega a voar 16 horas sem parar e consome seis litros de gasolina de aviação por hora. A aeronave pesa 450 kg, também por isso quando algum componente do sistema é trocado são feitos diversos testes antes da decolagem. Não se pode correr o risco que um avião desses caia e fira civis.
Um rebocador com um computador que faz os check lists nos componentes de motor e de comando de voo do Vant conduz a aeronave até a pista. Quando está em posição a proteção da lente da câmera, que se move em 360°, é retirada e o rebocador sai. Depois disso, o avião decola comandado pelo piloto no shelter. A rota pode, inclusive, ser pré-programada.
Enquanto um dos RQ-450 está sendo usado na operação Ágata 2, o outro está na base do esquadrão, criado em abril deste ano. A segunda aeronave foi usada em agosto na operação Ágata 1 na Amazônia. O foco na ocasião era coibir especialmente a extração e contrabando de madeira.
Conforme o comandante do esquadrão, mais dois Vants foram adquiridos pela Força Aérea. Assim como as que já operam, as aeronaves são de fabricação israelense. Mas já existe a perspectiva de se fabricar Vants no Brasil. “Não queremos inibir a indústria nacional, inclusive a Embraer já estuda a fabricação dessas aeronaves”, diz Laux.
Os Vants podem ter diferentes tamanhos e ser usados para outras finalidades. Os ingleses, por exemplo, tem um modelo menor em uso no Afeganistão para encontrar minas com a finalidade de defender a tropa. Os oficiais da Força Aérea Brasileira vão ainda mais longe e acreditam no dia, não distante, em que aviões controlados por terra poderão ser tripulados.
Fonte: Terra, via Poder Aéreo / Foto: Nabor Goulart
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