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Um terço dos acidentes aéreos envolve irregularidades
24 de agosto de 2013
1min de leitura
Um terço dos acidentes aeronáuticos investigados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) envolveram violações às normas da aviação.
O dado, inédito, foi divulgado anteontem pelo chefe do Cenipa, o brigadeiro Luís Roberto do Carmo Lourenço, no Simpósio Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, em São Paulo.
Segundo o oficial, 34,25% dos 181 acidentes aéreos registrados e investigados pelo órgão em 2012 apresentaram violações às normas de aviação, como piloto sem habilitação e inspeção da aeronave vencida.
Para o brigadeiro, irregularidades como essas são um dos maiores vilões da aviação geral (soma das operações comerciais e privadas).
Questionado se os dados reforçavam a ideia de falta de fiscalização, o brigadeiro disse que essa questão era atribuição da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e que não teria como comentar. Mas afirmou que é uma questão cultural que tem a ver com o “jeitinho brasileiro”.
VERGONHA
“Estou com vergonha, 103 acidentes é inaceitável para um país que tem a aviação que o Brasil tem”, disse o oficial na abertura de sua palestra, ao divulgar a parcial de acidentes da aviação civil do primeiro semestre deste ano.
A irregularidade mais frequente é a operação em pista não registrada ou homologada, que apareceu em 24,2% dos acidentes de 2012.
Habilitação do piloto vencida foi constatada em 16,1% dos casos, e falta de habilitação, em 4,8%. Em 14,5% dos acidentes, a aeronave estava com o CA (certificado que atesta as condições para voar) vencido ou cancelado.
CRESCIMENTO DA FROTA
O Brasil tem a segunda maior frota civil do mundo, com 15.019 aeronaves. Segundo os dados da Anac, de 2012, houve crescimento de 40,3% em relação a 2003.
Já o número de acidentes cresceu mais no mesmo período: 158,5%. Passou de 70 em 2003 para 181 em 2012, segundo dados do Cenipa.
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