Se você já está na casa dos 30 anos ou passou dessa marca, deve lembrar do personagem Tonho da Lua, vivido por Marcos Frotas, na novela Mulheres de Areia. Ele marcou a teledramaturgia por fazer lindas esculturas na areia. Da ficção para a vida real, a praia de Arroio do Sal também tem chamado atenção dos veranistas pelas obras de arte que volta e meia aparecem na areia.

BAV BM

Um dos artistas responsáveis pelo espetáculo é o policial militar Fábio Dias, 37 anos, que atua como guarda-vidas na guarita central número 38. “Várias pessoas passam aqui e brincam dizendo que eu fui o professor do Tonho da Lua”, se diverte. Segundo Dias, que atua como tripulante operacional do Batalhão de Aviação da Brigada Militar de Caxias do Sul, as esculturas de areia viraram uma espécie de tradição em Arroio do Sal. Ao longo das 24 guaritas é possível encontrar outros salva-vidas também fazendo esculturas.

Arte ajuda no trabalho

Ele faz questão de destacar que a arte na areia, além de um hobby, é uma maneira de chamar atenção dos veranistas e deixá-los próximos à guarita, o que ajuda no monitoramento e na orientação em relação às condições do mar. “Eu costumo fazer em período de menos movimento e conto com a ajuda dos meus colegas, já que trabalhamos sempre em dupla”, explica. De acordo com ele, o salvamento é sempre prioridade e a brincadeira não atrapalha a atuação dos salva-vidas, tanto que a guarita central já havia realizado oito salvamentos neste veraneio.

Os parceiros de Dias são todos militares aqui na região, Henrique Abeling, 36 anos, bombeiro de Novo Hamburgo e os policiais Fábio Cordeiro, 30, e Von Borowisk, 30, que atuam em São Leopoldo. Enquanto um fica de olho no movimento do público, Dias se dedica a dar vida à areia. “São os ajudantes do artista”, brinca.

Esculturas são frutos da imaginação

O militar conta que o hobby começou há oito anos, na primeira vez que atuou como guarda-vidas em Arroio do Sal. “Eu vi colegas fazendo, experimentei e vi que tinha uma certa habilidade. Daí decidi continuar”, conta.

dias_e_borowiskConforme Dias, as formas da escultura vem da imaginação, não há nada muito planejado. Assim, ele faz sereias, carros, símbolos militares, pirâmides e até um Minion, para a alegria da criançada. “Os veranistas adoram e pedem para tirar fotos. Mas são as crianças que gostam mais”, garante. Cada escultura leva em média três horas até fica pronta e podem ser vistas normalmente de segunda a sexta-feira, pois aos fins de semana, por conta do grande movimento, não há como fazer.

A maioria das esculturas é uma espécie de substituição ao morrinho que os salva-vidas fazem em frente às guaritas para amortecer o pulo no momento em que partem para um salvamento. “Dá pena de estragar, mas se for preciso, fazer o quê? Mas o melhor mesmo é quando dura o dia inteiro, pois isso é sinal de que ninguém se afogou”, salienta.

Recentemente, em homenagem aos colegas de Caxias do Sul, Dias desenhou o símbolo do seu batalhão.

Fonte: DC Canoas