Tripulante e a sobrecarga autoprovocada – Uma ação que pode ser fatal
09 de março de 2014 4min de leitura
09 de março de 2014 4min de leitura
Sobrecarga autoprovocada é toda ação estressante, provocada pelo tripulante em si mesmo, sobrecarregando seu organismo e diminuindo sua resistência para a atividade aérea!
Ela é FATAL!
A atividade aérea é, por si só, bastante desgastante. O aeronavegante fica submetido a efeitos como a hipóxia, variações de temperatura, diminuição da umidade do ar, luminosidade, radiações, etc. E, além disso, em alguns casos, o próprio tripulante se expõe a condições que sobrecarregam o seu organismo. Como exemplos de agentes provocadores de sobrecarga, temos: automedicação, álcool e café, fumo, drogas ilícitas, dieta, estado de saúde, fadiga de voo.
Automedicação
A automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, pode trazer consequências mais graves do que se imagina. Um erro muito comum e grave para a população em geral, a automedicação adquire ‘status’ de grande risco para aeronautas. Para quem vive e trabalha em terra, os efeitos colaterais podem passar despercebidos. No entanto, esses mesmos efeitos sentidos por um piloto durante o voo podem ser dramáticos, uma vez que podem ser acentuados pela altitude. E, considerando a complexidade do trabalho que deve ser realizado na cabine de um avião, isso pode ter efeitos catastróficos.
Fumo
Os fumantes também não estão livres de efeitos colaterais provocados pelo cigarro. Além da nicotina responsável pelo vício, o cigarro apresenta cerca de 4.000 outras substâncias prejudiciais à saúde e que contribuem para doenças coronarianas, hipertensão arterial, câncer de boca entre outros, doenças das vias aéreas e pulmões. Ainda, os efeitos da rarefação do ar e diminuição do oxigênio a que se expõem os aeronavegante são maiores nos fumantes do que nos não fumantes.
Álcool
O álcool é um depressor do S.N.C. (Sistema Nervoso Central), responsável por cerca de 16% das causas de acidentes fatais na aviação dos Estados Unidos. O organismo metaboliza cerca de 10 g de álcool por hora, e o nível máximo de álcool no sangue é alcançado uma hora após a última ingestão.
Naquele país, entre a última dose e o início da pilotagem, exige-se, no mínimo, oito horas de intervalo, o que não resolve totalmente o problema, pois os efeitos só desaparecem totalmente após 24 horas de ingestão e são: anestesia, depressão do S.N C., gastrites e úlceras pépticas, cirrose hepática.
Crônicos: insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, estados confusionais, epilepsia.
Agudos: descoordenação motora, apatia e embotamento de consciência, inconsciência, morte.
Estado de Saúde
A saúde do piloto é um bem do mais alto valor. Isso não só por permitir que o profissional continue exercendo a sua atividade, mas também por ser um elemento importante para a segurança do voo! A preocupação com a saúde deve ser parte integrante do estilo de vida do piloto, principalmente em função do ambiente de trabalho adverso (físico e psicológico) ao qual está submetido. Bem-estar imediato afeta a segurança do voo a curto prazo.
Se esse bem-estar não for atingido, o piloto deve ter a capacidade e maturidade para reconhecer o comprometimento de sua saúde e até mesmo recusar-se a assumir o voo.
Café
Acredite, o ‘inocente cafezinho’ pode ter efeitos colaterais parecidos com os de alguns medicamentos, principalmente quando tomado em excesso. A cafeína nos deixa acordados, causa tremores, hiperacidez gástrica e indigestão. Arritmia cardíaca, batidas do coração aceleradas, promove a desidratação do corpo pelo aumento da produção de urina. Pode causar ainda dor-de-cabeça, tonturas e náuseas.
Drogas Ilícitas
Atualmente, estão se constituindo em motivo de preocupação, pois seu uso vem sendo difundido entre tripulações e suas implicações sobre a saúde dos aeronautas, muitas vezes, está relacionada à incidência de acidentes e incidentes aéreos. Os exames toxicológicos, diferentes tipos de tratamento e monitoramento, visando à boa saúde da tripulação e a segurança de todos são ações que devem ser implantadas junto às tripulações.
Mesmo ocasional, a ingestão destas substâncias pode interferir no bom desempenho mental do piloto e, por esse motivo, a repercussão sobre a Segurança de Voo é óbvia!
Dieta
A atividade aérea necessita que aquele que a desenvolve tenha dieta adequada no tocante à composição e ao valor calórico. O horário das refeições é importante e a regularidade deve ser mantida. Porém, normalmente, a alimentação é feita em horários irregulares e sob condições inadequadas.
Não raro, não há tempo para comer, o que produz grandes intervalos sem se alimentar, favorecendo a instalação de gastrites. É importante evitar deixar de fazer uma refeição, pois o jejum prolongado diminui a resistência a hipóxia.
Fadiga de Voo
É o estado biopsicofísico que leva a uma queda geral de desempenho, podendo gerar perigos de realização de determinadas atividades profissionais. O adoecimento é um processo gradativo e conseqüência de um somatório de cargas de trabalho. O sofrimento mental e a fadiga só se manifestam através da doença. É importante que os aeronautas façam exames médicos e exercidos físicos regularmente.
Não é estar com o CMA em dia, mas em dia com a sua saúde, significa manter um desempenho físico condizente com a idade e com as exigências da atividade profissional!
Fonte: Informativo Out/13 – SERIPA I
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