Solenidade de entrega de homenagens ao GOA/CBMERJ
19 de dezembro de 2021 3min de leitura
Rio de Janeiro – Câmara concede moção de reconhecimento e honraria ao Grupamento de Operações Aéreas (GOA/CBMERJ) do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro pela atuação e salvamentos durante a pandemia de Covid-19, iniciativa do vereador Dr. Carlos Eduardo, que é coronel médico bombeiro da reserva, homenageia 86 servidores públicos.
Eles são acionados quando a pressa é sinal de que cada segundo é importante para salvar uma vida. E, cruzando os céus do estado do Rio de Janeiro, as cinco aeronaves do Grupamento de Operações Aéreas (GOA) do Corpo de Bombeiros decolaram e pousaram 60 vezes, de abril de 2020 a outubro de 2021, transportando pacientes vítimas da Covid-19. Ou seja, 60 pacientes que precisaram de remoção ou transferência médica passaram pelas mãos de médicos, enfermeiros, pilotos e equipe técnica do GOA.
Ex-integrante do Grupamento de Operações Aéreas dos Bombeiros, o vereador Dr. Carlos Eduardo, que é coronel médico bombeiro da reserva, recorda os tempos de salvamentos e destaca a importância da homenagem da Câmara Municipal.
“A Moção de Louvor e Aplausos ao GOA é uma forma de agradecimento a esses heróis que enfrentaram de peito aberto a pandemia, desde o seu início, e arriscaram a própria vida para transportar pacientes que precisavam de atendimento médico adequado em uma unidade de saúde distante, muitas vezes, em outro município. No meu tempo, cheguei a participar de mais de 2.500 salvamentos, o que muito me orgulha.”
Além da Moção ao GOA, 86 servidores do Grupamento (além de bombeiros, há policiais civis e militares, e integrantes das Forças Armadas) – que juntos arriscam e arriscaram suas vidas no transporte e socorro a esses pacientes – serão homenageados com um diploma de reconhecimento e gratidão pelo trabalho prestado durante a pandemia de Covid-19.
Veja abaixo vídeo da solenidade de entrega de Homenagens ao GOA/CBMERJ
Homenagem póstuma
Vítima da Covid-19, o subtenente e técnico de enfermagem, Maurício Palermo Machado, de 51 anos, receberá uma homenagem póstuma, que será entregue à família do militar. Com 28 anos de corporação, Machado morreu no dia 10 de fevereiro de 2021, deixando a esposa Roberta Silva Machado e a filha Rayanne Silva Machado, de 25 anos.
“Meu pai morreu trabalhando para salvar vidas. Participou de vários salvamentos. Ele temia pegar Covid, porque tinha medo de passar a doença para a família, para o meu avô, pai dele, que é idoso. Era apaixonado pelo trabalho, por esporte radical, gostava de viajar, e, no seu tempo livre, sempre praticou esporte e cuidou da saúde”, lembra Rayanne, que é técnica de análise clínica. E prossegue: “Ele é o meu herói. Se sou quem sou hoje, no trabalho e na vida, foi vendo meu pai, que sempre me ensinou a olhar para frente, ser forte e não ter medo”.
Com a Covid, demanda por transporte aeromédico cresceu
O GOA tem atuação de múltiplo emprego, desde o transporte de autoridades, tropas e material, até ações de Defesa Civil, combate a incêndios florestais, operações de busca e salvamento, transporte aeromédico, de órgãos e tecidos, além de retirada de vítima grave de locais de acidentes. Mas, com a pandemia, a demanda por transporte aeromédico de pacientes com Covid ganhou destaque.
“Realizamos 60 voos levando pacientes por todos os cantos do estado do Rio de Janeiro. O mês de junho do ano passado foi o de maior demanda, foram 11 voos. Com isolamento social e lockdown, principalmente ano passado quando ainda não havia vacinas, nossas outras demandas (acidentes de trânsito, afogamentos) caíram acentuadamente e focamos nos pacientes com Covid-19”, ressalta o major Raphael Bastos, coordenador-médico do GOA.
Maca bolha: equipamento garante isolamento e segurança
O transporte aéreo dos pacientes com Covid-19 é feito em uma maca bolha, uma espécie de cápsula hermeticamente isolada que garante a segurança tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde. Os militares do GOA passaram por treinamentos especiais para saber o uso correto do equipamento. A capacitação, aliás, incluiu aspectos como desinfecção e montagem, prevenção e controle de exposição e deslocamento do equipamento até a aeronave. A instrução também foi extensiva a agentes da Polícia Civil, que dão apoio à ação.
“A maca bolha é nosso diferencial, e foi referência nacional para os bombeiros. Ela é americana, inicialmente usada para casos de ebola, e nós adaptamos para o transporte dos pacientes com Covid, garantindo o resgate sem risco de contaminação. Quero agradecer à Força Aérea Brasileira que nos emprestou quatro cápsulas”, explica o major Raphael Bastos.
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