O Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA) aprovou por unanimidade, no último dia 25 de novembro, a proposta da metodologia de Investigação da Fadiga Humana nas ocorrências aeronáuticas, baseada em pesquisas seguindo as melhores práticas utilizadas no National Transportation Safety Board (NTSB), Transportation Safety Board (TSB – Canada) e International Civil Aviation Organization (ICAO).

O CNPAA é coordenado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), acontece duas vezes por ano, reúne todos os representantes da aviação civil e militar brasileira e toma decisões que se aplicam ao cenário aeronáutico do Brasil.

De acordo com o Gestor da Comissão de Fadiga da Associação Brasileira dos Pilotos de Aviação Civil (Abrapac) e Gerente de Segurança Operacional da Modern Logistics, empresa de logística integrada ao modal aéreo, Comandante LicatiPaulo Rogério Licati, “existe a suspeita de que já ocorreram muitos eventos críticos em que a fadiga pode ter sido fator contribuinte. No entanto, a falta de metodologia baseada em informações científicas para dar direção às investigações concorreu para restringir os trabalhos das equipes de investigação”.

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A metodologia proposta visa verificar todos os aspectos do desempenho humano que podem ser degradados pelo débito de sono e, consequentemente, acarretar sonolência excessiva, incluindo a diminuição do desempenho físico e mental. “Gerenciar a fadiga é um trabalho que deve ser compartilhado entre os trabalhadores (indivíduos) e a organização”, afirma Licati.

A investigação compreende as condições de fadiga às quais os indivíduos estiveram expostos, como fator fisiológico, ritmo biológico, fatores do sono, organização do trabalho, entre outras.

As fontes de informações são importantes para se compreender a situação do indivíduo na hora da ocorrência. São algumas delas: o próprio (se vivo), membros da família, hotéis (funcionários e serviços prestados), escalas de trabalho, reportes toxicológicos, gravações de áudio, e outras nos locais em que a tripulação esteve presente.

Com a aprovação dessa metodologia, o Brasil passa a ser o terceiro país do continente americano a ter um check list apropriado para a investigação da fadiga humana nas ocorrências aeronáuticas.

Fonte: CENIPA