Um resgate no mar agitou o domingo tranquilo de Carnaval (06/02/11) na praia do Atalaia, município de Salinópolis, a cerca de 200 quilômetros de Belém. Várias pessoas se aglomeraram para ver a operação na praia: um helicóptero modelo Esquilo sobrevoou além da rebentação e um soldado do Corpo de Bombeiros atirou-se na água para fazer o salvamento do afogado. Depois, a vítima foi transportada a bordo de um grande puçá até a areia, onde recebeu os primeiros socorros e foi levada na ambulância de resgate.

O Corpo de Bombeiros utilizou os equipamentos e o helicóptero da corporação destinados a este tipo de ocorrência nos municípios do Estado

Na verdade, o resgate foi uma simulação planejada pelo Corpo de Bombeiros para testar seus guardavidas e equipamentos em situação de emergência. O treinamento mobilizou dezenas de homens que compõem hoje o quadro de 52 bombeiros prestando serviço no Município.

“Ninguém na praia sabia que se tratava de um treinamento. Isso também tem um efeito de deixar a população alerta, fazendo-a pensar que a falta de cuidado pode trazer perigos como este”, disse o tenente Marco Scienza, o bombeiro que se fez passar por vítima no treinamento.

A ação realmente levou os banhistas a pensarem em sua própria segurança e chamou a atenção para o serviços dos militares responsáveis pelo resgate e atendimento aos frequentadores das praias paraenses. “Já faz um tempo que eu tenho notado mais cordialidade entre os PM’s e a também eficiência dos Bombeiros”, disse o analista de sistemas Francisco Chaves, 57 anos.

Depois que viu a operação, Chaves foi perguntar aos bombeiros e estes confirmaram que se tratava de um treinamento. “O aparelho do Estado tem muitos serviços para oferecer, falta também informar melhor a população dos riscos. No ano passado, meu neto de seis anos foi mordido por um peixe chamado miqui. Foi socorrido com eficiência pelos militares, mas nós não sabíamos da ocorrência desse animal”, disse ele.

A simulação chamou atenção de vários banhistas que estavam nas praias de Salinas durante o exercício

O comandante da operação, o capitão Michel Nunes, lembrou que a segurança deve ser uma preocupação constante do cidadão. E ela se dá em várias situações, desde a proteção do Sol até o cuidado em não ingerir bebidas alcoólicas se for dirigir ou se for ao mar tomar banho. “A bebida dá mais confiança à pessoa, que acaba extrapolando os seus limites sem perceber”, disse.

Ontem no final da manhã, o DETRAN registrou a passagem de 20 carros por minuto no trevo do Atalaia, um número relativamente baixo para o histórico do balneário. Com menos carros e pessoas do que o normal, não houve muitas ocorrências, mas a preocupação está sempre presente.

“Outra coisa é que os carros têm que rodar a uma velocidade de 20 a 30 quilômetros por hora na praia. A gente vê pessoas dirigindo a 50 quilômetros por hora e isso é um absurdo”, disse o empresário Valtemir Cunha de Souza, 40.

O capitão Marlon Brito, piloto do helicóptero Resgate 01, do Corpo de Bombeiros, informou que o equipamento baseado em Belém é usado prioritariamente para resgate e salvamento em praia, e que 70% da clientela dele estão situados no arquipélago do Marajó, de mais difícil acesso. “Nós temos autonomia, porém, para atuar em todo o Estado com bases para reabastecimento”, informou.

Além do helicóptero, o Corpo de Bombeiros dispõe de uma lancha de resgate, quadriciclos, ônibus e ambulância que auxiliam nessas operações.


Reportagem: Elielton Amador / Fonte: Secom/PA