Rio Grande do Sul – Treinamento de emergência e boas práticas na manutenção foram as atividades de Segurança de Voo desenvolvidas pelo Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA V) para os pilotos e tripulantes da Divisão de Apoio Aéreo da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul. O encontro aconteceu no dia 29 de outubro, no auditório da Uniaer Táxi Aéreo, localizado na área do Aeroporto Internacional Salgado Filho.

Para o Chefe do SERIPA V, Tenente-Coronel Aviador Luís Renato Horta de Castro, o momento é bastante oportuno para focarmos a mensagem de prevenção aos membros de uma organização jovem e que atua em situações extremas. “Nosso principal objetivo é fortalecer a cultura de Segurança de Voo nos órgãos da Segurança Pública, além de estreitar o relacionamento e a parceria na coordenação de eventuais ocorrências aeronáuticas”, afirmou.

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Durante o encontro, o Tenente-Coronel Aviador (R1) Max Adolfo Nardes, da equipe do SERIPA V, falou sobre a importância do treinamento de emergência em helicópteros AS-350 (Esquilo). O investigador mostrou o panorama estatístico dos acidentes em treinamento, discorreu sobre o julgamento de pilotagem como um dos principais fatores contribuintes dos acidentes aéreos e destacou a necessidade da participação gerencial no planejamento e execução das operações aeropoliciais.

“Com o automatismo e a incorporação de novos sistemas na aviação, o treinamento é o único método capaz de proporcionar aos pilotos o conhecimento de situações de risco e o seu gerenciamento”, disse o palestrante Nardes. Os ensinamentos também foram transmitidos por meio de estudos de casos de acidentes reais, com a análise dos erros mais comuns cometidos por pilotos, tendo evidenciado as respectivas recomendações de Segurança de Voo.

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Prevenção na manutenção, formação operacional, ocorrências aeronáuticas, bem como a atualização das normas do SIPAER (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), foram os assuntos tratados pelo Especialista em Manutenção, Suboficial (R1) Milton Cardoso de Lima. O Especialista deu relevância ao artigo 87, do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) e à Norma Sistêmica do Comando da Aeronáutica (NSCA 3-3), alertando para a displicência de algumas oficinas de manutenção.

“Em prevenção falamos do que ainda não aconteceu, refletindo riscos projetados no futuro. Aprendemos com o erro dos vários casos de acidentes já ocorridos, afimou o Especialista em Manutenção Milton. Segundo o palestrante, as boas práticas na manutenção estão relacionadas aos cuidados com as ferramentas, documentação técnica da aeronave e o treinamento para tripulantes orgânicos (profissionais que trabalham dentro da organização).

O Chefe da Divisão de Apoio Aéreo da Polícia Civil gaúcha, Delegado Francisco Soares, reconheceu a atualização dos conhecimentos sobre Segurança de Voo e a interação com a Força Aérea Brasileira.”A ideia é agregar semestralmente eventos com informações focadas na Segurança de Voo aos pilotos e tripulantes da Segurança Pública”, declarou.

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“A tendência é relaxar com os princípios da padronização no dia a dia da atividade aérea, entretanto, quando conversamos sobre situações de acidentes, isso funciona como um alerta que aumenta a nossa percepção”, disse o piloto e examinador Eduardo Dupke Worm, na aviação desde 1982, com oito mil horas de voo.

Criada em 2012, a Divisão de Apoio Aéreo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul possui um helicóptero Esquilo e atua nas missões de apoio aéreo em operações vinculadas à atividade de Polícia Judiciária e ao serviço de apoio aéreo do DEIC da Polícia Civil do Estado gaúcho.

Fonte: CENIPA.