“Se sobrevoar favelas mais de uma vez, vem tiro”, diz piloto do esquema de segurança da Rio 2016
26 de julho de 2016 1min de leitura
26 de julho de 2016 1min de leitura
A comandante Gilda Cardona pilota helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) há 16 anos, tem mais de 3 mil horas de voo e já foi alvo de tiros disparados por traficantes de drogas, quando sobrevoava o polígono da maconha no interior de Pernambuco.
Paparicada pelos colegas marmanjos, Cardona é quase uma celebridade no esquema montado pela PRF para a segurança da Rio 2016. Ao menos cinco helicópteros participarão das missões de deslocamento de tropa, patrulhamento e resgate de vítimas de eventuais acidentes. A principal aeronave do esquema será um bimotor de 15 lugares, que ainda deve chegar ao Rio.
Mesmo com tanta experiência, Gilda afirma que a operação nos Jogos exigirá a maior cautela, perícia e arrojo em toda a sua carreira, a começar pela segurança pessoal.
“A gente aqui tem cuidado redobrado. Andamos sempre com coletes [à prova de balas] e mais carregadores [munição]. Para nossos deslocamentos, tomamos cuidado e atenção bem maiores”, diz Cardona, que mora em Brasília.
Quando está à paisana, ela evita andar armada pelas ruas do Rio de Janeiro por causa do risco de assalto. Na capital fluminense, ladrões têm como regra matar policiais.
A prudência também é adotada durante os voos com os helicópteros da PRF. “Não vamos dar mais de um [giro] de 360 em cima de locais de alerta máximo, porque senão vem tiro”, afirma Cardona, referindo-se a sobrevoos em favelas cariocas ainda dominadas por traficantes armados com fuzis.
Alguns deles têm até metralhadora antiaérea. Por isso, Cardona adotou a estratégia de sobrevoar as favelas apenas uma vez e sempre em velocidade e altitude maiores que o normal.
Fonte: Época, Hudson Corrêa.
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