A comandante Gilda Cardona pilota helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) há 16 anos, tem mais de 3 mil horas de voo e já foi alvo de tiros disparados por traficantes de drogas, quando sobrevoava o polígono da maconha no interior de Pernambuco.

Paparicada pelos colegas marmanjos, Cardona é quase uma celebridade no esquema montado pela PRF para a segurança da Rio 2016. Ao menos cinco helicópteros participarão das missões de deslocamento de tropa, patrulhamento e resgate de vítimas de eventuais acidentes. A principal aeronave do esquema será um bimotor de 15 lugares, que ainda deve chegar ao Rio.

A comandante Gilda Cardona, piloto de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal. No Rio, uso constante de colete à prova de balas (Foto: Stéfano Martini/ÉPOCA)

A comandante Gilda Cardona, piloto de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal. No Rio, uso constante de colete à prova de balas (Foto: Stéfano Martini/ÉPOCA)

Mesmo com tanta experiência, Gilda afirma que a operação nos Jogos exigirá a maior cautela, perícia e arrojo em toda a sua carreira, a começar pela segurança pessoal.

“A gente aqui tem cuidado redobrado. Andamos sempre com coletes [à prova de balas] e mais carregadores [munição]. Para nossos deslocamentos, tomamos cuidado e atenção bem maiores”, diz Cardona, que mora em Brasília.

Quando está à paisana, ela evita andar armada pelas ruas do Rio de Janeiro por causa do risco de assalto. Na capital fluminense, ladrões têm como regra matar policiais.

A prudência também é adotada durante os voos com os helicópteros da PRF. “Não vamos dar mais de um [giro] de 360 em cima de locais de alerta máximo, porque senão vem tiro”, afirma Cardona, referindo-se a sobrevoos em favelas cariocas ainda dominadas por traficantes armados com fuzis.

Alguns deles têm até metralhadora antiaérea. Por isso, Cardona adotou a estratégia de sobrevoar as favelas apenas uma vez e sempre em velocidade e altitude maiores que o normal.

Fonte: Época, Hudson Corrêa.