São Paulo: Águias fazem sucesso na TV
23 de janeiro de 2014 4min de leitura
Em março, o Discovery Channel apresenta a segunda temporada do “Águias da Cidade”, programa sobre o grupamento aéreo da Polícia Militar de São Paulo.
Benedito Donizette Quirino foi dar um mergulho no mar, mas acabou sendo arrastado pelas ondas. A uma distância de 300 m da margem, ele desistiu de viver.
“Eu olhava para meus amigos ao longe e só queria me despedir porque já estava me entregando à morte”, diz o empresário de 42 anos, que mora em Paraibuna (SP).
Um surfista conseguiu levar Quirino de volta à areia, na Praia de Castelhanos, em Ilhabela, litoral norte do estado de São Paulo. Ele já estava inconsciente quando a salvação chegou pelos ares.
Como a praia é de difícil acesso para veículos terrestres, o guarda-vidas acionou o Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe) da Polícia Militar (PM) paulista para socorrer o empresário.
Entre o chamado via rádio, o pouso do helicóptero na praia e a chegada ao hospital no município de São Sebastião (SP), o resgate levou 12 minutos.
“Tudo foi muito rápido”, lembra Quirino, que “nasceu de novo” no dia 20 de janeiro de 2013. “Vou comemorar meu novo aniversário todos os anos.”
Episódios como esse fazem parte da rotina do grupamento, conhecido como “Águias da PM”.
Com cerca de 100.000 horas de voo, os Águias foram criados em agosto de 1984 para dar suporte aéreo a operações policiais e socorro médico. Em 30 anos de atuação, eles atenderam quase 15.000 chamados de apoio policial e mais de 9.000 ocorrências aeromédicas.
“Quando um acidente grave acontece e somos acionados, os Águias demoram cerca de dez minutos para chegar ao local”, observa o tenente-coronel Edson Luiz Gaspar, subcomandante do grupamento.
Em 2012, algumas dessas operações foram exibidas em oito episódios na série “Águias da Cidade”, no Discovery Channel Brasil.
“Esses profissionais competentes e corajosos têm como missão salvar vidas em uma das maiores e mais caóticas cidades do mundo”, explica Michela Giorelli, vice-presidente de produção e desenvolvimento da Discovery Networks na América Latina. “O docu-reality (misto de documentário e reality show) oferece aos telespectadores acesso exclusivo a essa unidade da polícia, com muita vida real, drama e atos heroicos.”
Em março de 2014, o Discovery estreia a segunda temporada do programa, com mais de 1.000 horas de material captadas pela produtora Mixer.
O material inclui centenas de ocorrências, treinamentos e gravações na sede do grupamento em São Paulo, no Comando de Operações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, além das bases de Sorocaba, Praia Grande e Campinas.
Para registrar as ocorrências, 17 microcâmeras foram instaladas em cabines das aeronaves e nos uniformes de médicos e tripulantes, além de duas câmeras de mão operadas pelos próprios policiais e duas câmeras profissionais utilizadas em solo.
O Discovery tem 10 milhões de assinantes no Brasil. No horário de transmissão da primeira temporada da série, a audiência cresceu 70% .
O programa, que é exibido pelo Discovery em toda a América Latina, foi comprado pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), uma das principais redes de TV aberta do país, mas sem data de estreia prevista.
A frota do Grupamento Aéreo na capital é composta por 13 helicópteros, além de quatro aviões utilizados em situações especiais, como o transporte de negociadores em casos de sequestro. O grupamento possui outras 10 aeronaves distribuídas por dez bases no interior e no litoral do estado.
Localizada no aeroporto Campo de Marte, o expediente na base da cidade de São Paulo começa às 6h, com a inspeção dos equipamentos.Às 6h45, o piloto mais antigo informa a escala de trabalho para as seis equipes de prontidão. Ao todo, 197 policiais militares trabalham na base, entre operação, manutenção e administração.
Quando o alarme soa, eles já sabem qual missão terão pela frente: um toque para ocorrência policial e dois para socorro médico.
Além de piloto e co-piloto, as aeronaves de resgate carregam um médico e um enfermeiro e aterrissam em qualquer local – de rochedos e quadras esportivas a avenidas e rodovias.
Cruzar os céus para salvar vidas é uma tarefa que poucos podem cumprir: dos 100.000 integrantes da PM paulista, apenas 500 pertencem ao grupamento.
“O policial que está aqui é diferenciado e entrou por mérito, capacitação e excelência”, corrobora o subcomandante Gaspar, que está há 30 anos na PM e desde 1993 no grupamento.
Realizado entre abril e setembro de 2012, o último concurso interno teve 92 candidatos para cinco vagas.
Ao entrar no grupamento, o novato faz cursos de pilotagem com supervisão da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e precisa acumular ao menos 500 horas de voo.
O tenente Victor Hugo Gomes Guarinon entrou na PM em 2003 e faz parte do grupamento desde 2011.
“Ao trabalhar nas ruas, eu via o apoio que o grupamento presta aos PMs. Ser um Águia é o sonho de qualquer policial”, diz Guarinon, que é co-piloto e ainda precisa de dois anos de voo supervisionado para assumir o comando de uma aeronave.
Fonte: InfosurHoy
Enviar comentário