A médica que atendeu o menino argentino de três anos que caiu do terceiro andar de um hotel em Capão da Canoa, na manhã desta terça-feira (10), disse à Rádio Gaúcha que o transporte da criança para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), na Capital, levou o dobro do tempo estimado para esse tipo de atendimento. Rossana de Carli culpou a desativação do sistema aeromédico pelo governo estadual pela demora no atendimento.

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A profissional afirmou que precisou implorar para conseguir transportar o menino para Porto Alegre. Ela estava de plantão no Hospital Santa Luiza, onde o menino foi encaminhado após cair do terceiro andar do prédio, e contou que precisou de 45 minutos para conseguir a liberação do helicóptero da Brigada Militar, já que a Central de Regulação do Estado alegou que o governo não contava mais com o serviço aéreo para atender emergências.

Todo processo – desde a primeira tentativa de transporte – levou mais de duas horas, segundo a médica. Em casos normais, não leva mais de 45 minutos.

A médica Rossana de Carli, que tabém trabalha com atendimento aeromédico, disse que precisou implorar para trazer pessoalmente o menino de helicóptero e só conseguiu porque assumiu a responsabilidade pelo transporte e teve apoio da Brigada Militar, que usou um helicóptero para levar o garoto até o HPS da Capital.

No fim de janeiro, o diretor do Departamento de Atenção Hospitalar e Ambulatorial da Secretaria da Saúde, Alexandre Brito, garantiu em entrevista à Rádio Gaúcha que o atendimento aeromédico prestado pelo Governo do Estado não iria acabar. Ele alegou que o governo está promovendo uma reestruturação do transporte, já que algumas equipes prestam um serviço avaliado como ineficaz ao demorarem mais tempo para atendimento. Mas ele reforçou que o serviço seria feito por empresas particulares conveniadas ou pela Brigada Militar.

A Rádio Gaúcha teve acesso a um áudio com a conversa entre um profissional do serviço aeromédico, sediado em Imbé, e uma atendente da Central de Regulação do Estado sobre o convênio para o serviço de transporte aéreo, gravada no sábado (7). No áudio ela diz que recebeu a orientação da coordenação da Central de que o convênio para o serviço não está mais ativo.

Confira a nota da Secretaria da Saúde:

“Em relação ao socorro médico prestado ao menino, vítima de queda no município de Capão da Canoa, nesta terça-feira (10), pela manhã, a Secretaria Estadual da Saúde, esclarece o que  segue:

9h40min- O médico plantonista do Hospital Santa Luzia, de Capão da Canoa solicita uma vaga ao Hospital de Pronto Socorro (HPS ), de Porto Alegre;

12h34min- A criança  recebe atendimento no HPS, em Porto Alegre.

Neste período, desde a entrada no Hospital Santa Luzia, até a chegada na capital, a criança recebeu todos os cuidados intensivos médicos.

17h15min- De acordo com as informações do HPS, o menino apresenta um quadro de  Traumatismo Craniano Encefálico (TCE) grave  e permanece em coma induzido.

O diretor do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial da  Secretaria Estadual da Saúde, Alexandre de Britto, reafirma que o atendimento aero-médico continua sendo prestado pelo helicóptero da Brigada Militar. Britto também informa que, os dois helicópteros adquiridos pela SES, em 2014, permanecem nos Estados Unidos, aguardando a entrega por parte do fabricante.”

Fonte: Rádio Gaúcha