Reinaugurada a galeria do Curso de Tripulante Operacional do CBMDF – começa a história do TOP/GAvOp
02 de fevereiro de 2011 6min de leitura
02 de fevereiro de 2011 6min de leitura
LÚCIO KLEBER BATISTA DE ANDRADE
No dia 26 de janeiro, foi realizada a reinauguração da galeria do Curso de Tripulante Operacional do CBMDF, ocasião em que o quadro de fotos do CTOP 2009 foi fixado na honrosa galeria.
Nesse dia foram também homenageados o Maj Noble, ST Alexandre, SGT Júnior e SGT Paulo Fernando, que por ora deixam o GAVOP para assumirem novas funções junto ao Governo do Distrito Federal. Aos amigos, que a volta ao ninho seja o mais breve possível! Boa sorte em mais essa missão, contem sempre conosco!
Segue abaixo um breve histórico do tripulante operacional no GAVOP e um vídeo da turma de 2009, com uma compilação de imagens selecionadas pelo SGT Higor – TOP 84.
A aviação do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal(CBMDF) já se aproxima dos 25 anos de existência. Iniciou-se em 1986, quando o CBMDF passou a integrar a Seção de Helicópteros (SECHEL) da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Em 1991, o Governo do Distrito Federal(GDF) já possuía três helicópteros modelo HB 350 B “Esquilo”, sendo que a 1ª delas foi adquirida com a destinação inicial para o serviço do Corpo de Bombeiros. (BARBOSA, 2001, p. 58)[1].
No âmbito do CBMDF a função de tripulante operacional evoluiu de forma paulatina da mesma maneira que o próprio serviço aéreo de resgate. Iniciou com os primeiros militares colocados à disposição do serviço, que com o passar dos anos buscaram aprimorar seu conhecimento junto a outros órgãos ligados a atividade aérea, agregando com o tempo uma identidade mais definida para a função.
De maneira geral, as unidades aéreas de segurança pública ao longo do país tem se desenvolvido como unidades mistas, compostas por profissionais da área policial civil e militar, e dos corpos de bombeiros. Muitos estados optaram por uma estruturação integrada dos seus serviços, organizando-se em equipes multifuncionais, uma vez que os investimentos iniciais para implantação destes serviços eram elevados.
A administração acreditava que assim poderia obter o melhor aproveitamento destes recursos nas diversas áreas de segurança e defesa civil. Para melhor exemplificar, supondo a existência de recurso para aquisição de um único helicóptero, é plenamente razoável que o administrador opte por colocar o recurso à disposição integrada dos diversos órgãos de segurança, para suprimento de suas demandas.
Contudo, é fato que as necessidades de cada órgão, bem como a natureza de suas missões são muito bem distintas. No Distrito Federal, Barbosa (2001) descreve que a administração adquiriu em 1986 a primeira aeronave com base nas demandas existentes para o Corpo de Bombeiros, que destinou efetivo à época para composição deste serviço.
Em 1991, cada instituição já operava a sua aeronave separadamente com sua respectiva tripulação. Em 1996, houve por parte da administração a opção de destinar as aeronaves exclusivamente para cada instituição, nessa ocasião houve a descentralização e o CBMDF iniciou seu caminho na gestão autônoma de sua atividade aérea.
Desde 1991, as tripulações para as ocorrências de bombeiro eram compostas essencialmente por bombeiros, mas com a separação administrativa das unidades aéreas, cada instituição pôde promover um melhor desenvolvimento de suas atividades, direcionando seus esforços exclusivamente para o desenvolvimento de suas missões específicas.
Na busca de melhor aperfeiçoamento e aumento da qualidade técnica de seu efetivo de sete militares, o CBMDF promoveu treinamentos diversos, selecionou militares de destaque, enviando-os para realizarem cursos em outras instituições. Como consequência da crescente demanda e evolução do serviço houve a necessidade de se padronizar a formação dos militares que compunham o SAeR, o que motivou a criação de um curso específico para essa formação, iniciativa que partiu dos próprios tripulantes pioneiros.
O Curso de Tripulante Operacional (CTOP) do CBMDF foi criado no ano de 2001[2], mas antes mesmo dessa data a corporação já adotava a denominação de TOP para os tripulantes do SAeR. Na portaria de criação o comando destaca as necessidades do CBMDF para a função, mencionando as responsabilidades do Serviço Aéreo de Resgate (SAeR) na execução das operações aéreas nas missões de busca e salvamento, combate a incêndios urbanos e florestais, atendimento pré-hospitalar, transporte aeromédico, transportes e voos diversos.
Discorre a mesma portaria sobre a responsabilidade do tripulante na execução direta nas missões de socorros de urgência e emergência, sendo esse indispensável no auxílio ao piloto, quando em operação, destacando a necessidade de conhecimentos específicos. Descreve ainda quanto ao nível especialização e sincronia dentro da tripulação. Diante da inexistência de curso específico no CBMDF, uma vez aprovada a proposta apresentada a Diretoria de Ensino, o comando então resolve criar o referido curso. (CBMDF, 2001).
A portaria de criação do curso demonstra claramente em seu texto a relevância dada pelo comando à função, e representou um marco na iniciativa de padronização da formação desses profissionais.
Foram realizados CTOP nos anos de 2002, 2005, 2007 e 2009, em todos estes anos a corporação foi solicitada a ceder vagas para instituições de outros órgãos e estados da federação, deste modo o curso tem se firmado como referência na formação de tripulantes para as atividades de Bombeiro.
Com a criação do curso os tripulantes pioneiros, oficialmente reconhecidos como possuidores do conhecimento a ser repassado no curso, passaram a compor a equipe de formadores, ostentando os distintivos regulamentares criados e atribuídos aos TOPs. A partir desse período então, todos os tripulantes foram formados por meio do CTOP.
O curso possui hoje em sua grade curricular[3] um total de 425 horas aulas, sendo 363 horas das disciplinas curriculares e 62 horas das disciplinas complementares ao ensino. Na grade curricular publicada as horas estão distribuídas entre as disciplinas curriculares de Operações Aéreas, Educação Física Militar, e Orientação e Sobrevivência, e nas complementares com Visitas e Palestras, à disposição da coordenação e treinamentos, cada disciplina possui um Programa de Unidades Didáticas (PUD) estruturado e detalhado com os assuntos abordados.
Desde a criação do CTOP, o CBMDF formou 55 tripulantes, sendo 37 do CBMDF e 18 tripulantes formados para outros órgãos e corporações dos estados do Rio de Janeiro, Alagoas, Acre, Goiás, Mato Grosso, Amapá, Pernambuco, além de TOPs para a Polícia Civil do DF. Antes do CTOP, foram ainda formados 44 tripulantes, pioneiros e idealizadores da padronização dessa formação com a criação do CTOP.
Em 2009, a contagem tradicional realizada entre os tripulantes alcançou o TOP 99. Quem estará disposto a ser o TOP 100 em 2011?!? Prepare-se e faça parte de grupo!
“VOAR, PAIRAR, SALVAR!”
Fonte: Escrito por Lúcio KLEBER Batista de Andrade – Cap QOBM/Cmb – CBMDF – Pil. 20 para o Blog Resgate Aéreo.
Referências:
[1]BARBOSA, Luiz Henrique A.. O emprego operacional do helicóptero no CBMDF: A análise qualitativa do processo decisório e a sua influência na efetividade do recurso aéreo na Corporação. Monografia (Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais) – Centro de Altos Estudos de Comando, Direção e Estado Maior, Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, Brasília, 2001.
[2] CBMDF, Portaria n.º 35, de 5/10/2001, BG n.º 192, de 11/10/2001.
[3] CBMDF, BG n.º014 de 22/1/2003
Nota do site:
A quem interessar – CTOp 2011:
– Inscrições: 07 a 11 de fevereiro 2011;
– Período: 08/04 a 15/06 de 2011;
– Informações: (61) 3901-8670 (Seção de Instrução)
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