Brasília – Para conter “ameaças concretas” à Presidência da República, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) quer comprar três sistemas de proteção contra drones, no valor de R$ 739.560 cada.

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Junto com o treinamento de nove funcionários, também previsto no edital, o valor total na melhoria da segurança do presidente Jair Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão supera R$ 2,2 milhões.

Os sistemas de proteção devem ser instalados nos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu, onde residem e trabalham o presidente e o vice. A abertura do processo de licitação está prevista para o dia 26 deste mês.

De acordo com o edital lançado pelo GSI, os dispositivos devem emitir um alerta sempre que for detectada uma “invasão de drones na área delimitada” pela segurança. “A partir do sinal de alerta, o sistema de comando e controle deverá registrar, classificar, alertar e acionar o subsistema de neutralização, que deverá ser capaz de interferir diretamente sobre o drone, obrigando-o a descer”, explica o documento.

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O texto explicita que o sistema de monitoramento deve detectar essas aeronaves a uma distância de cem metros após o limite delimitado para as áreas dos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu. Quando necessário, essa distância poderá ser elevada para até 200 metros.

Na justificativa da necessidade da compra, o GSI afirma que, no caso da Presidência da República, ameaças se tornaram “concretas” a partir da eleição dos atuais presidente e vice-presidente. Como exemplo, o edital aponta quatro situações em que drones se aproximaram do presidente, do seu vice, ou de prédios presidenciais.

“Por ocasião da fase de transição de governo, em dezembro de 2018, a família do atual presidente foi filmada com uso de drones durante momentos de lazer, na residência oficial da Granja do Torto, expondo assim a vida privada da maior autoridade da República”, indica.

Sistema bloqueador de sinais anti-drones

Sistema bloqueador de sinais anti-drones

O documento cita também o “avanço da tecnologia” e afirma que o aumento no emprego de drones representa “grave ameaça contra infraestruturas críticas como estações de energia, refinarias, residências e palácios de chefes de Estado”. O edital diz também que essas aeronaves podem ser utilizadas para “invasão de privacidade” e para conduzir “explosivos” e “armamentos com capacidade de serem acionados a distância”.

Apesar de fazer menção a esse tipo de ameaça, o edital foi publicado antes dos ataques feitos por drones a instalações petrolíferas da empresa estatal saudita Aramco, no último sábado.

Vizinho

A poucos mais de 200 metros do Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados se prepara para comprar as aeronaves que o GSI quer se proteger. Em um edital divulgado nesta semana, o órgão do legislativo afirma que os equipamentos serão utilizados para “reforçar os sistemas de monitoramento eletrônico e para antecipar ações de policiamento em dias de grandes eventos na área do Congresso Nacional e adjacências”.

Além de dois drones, que estão orçados em R$ 11.585,07 cada, o pregão prevê a compra de dois aparelhos telefônicos, oito jogos de hélices, carregadores de baterias, baterias e cartões de memória. O valor total previsto é de R$ 51.711,06.

O drone é um tipo de aeronave não tripulável muito utilizada na segurança e na indústria cinematográfica, e está entrando de vez no setor de serviços. Por executarem ações que até há pouco tempo eram feitas apenas com helicópteros, mas por uma fração do custo, passaram a ser cada vez mais atraentes para diferentes segmentos.

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Após quase três anos de regulamentação dos voos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), cresceu rapidamente no país a fabricação de drones e a oferta de serviços por meio do equipamento. De acordo com dados da agência, entre agosto de 2018 e 2019, o número de aparelhos registrados para uso profissional saltou de 18.389 para 27.665, um aumento de 51%.