Policiamento a 220 nós
07 de agosto de 2015
4min de leitura
Usamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.
Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para habilitar as funcionalidades básicas do site....
Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.
Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Performance cookies are used to understand and analyse the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Advertisement cookies are used to provide visitors with customised advertisements based on the pages you visited previously and to analyse the effectiveness of the ad campaigns.
Você está sentado no hangar “gordo, quieto e feliz”, como o meu chefe costumava dizer, quando escuta aquele som que toda vez que toca provoca calafrios no seu corpo inteiro. Trata-se daquele pedido de apoio apavorado vindo do rádio transmitindo que algo está indo tão mal que o oficial do outro lado não consegue nem fingir que está calmo. Dentro de minutos, você está a caminho com o controle coletivo elevado até a sua axila.
A 20 milhas de distância, você se esforça para ver as luzes intermitentes vermelhas e azuis para, então, concentrar melhor a sua atenção naquilo que deve estar causando o desespero. E quando você escuta o próximo carro chegando à cena e grita, “continuem vindo”, você quer acelerar ainda mais a sua aeronave. Você está a apenas um fio de cabelo abaixo da linha vermelha desde que levantou voo e parece que está se arrastando pelo chão.
Às vezes, a sua melhor velocidade é suficiente para promover um impacto positivo sobre o incidente que foi atender. Outros vezes, não. Quanto mais longe for a chamada, mais a velocidade da aeronave se torna crítica.
No ano passado, refleti sobre a frustração de sentir que o meu helicóptero nunca voaria rápido suficiente, quando tive a oportunidade de voar o AW609 Tilt Rotor da AgustaWestland; uma versão civil e agradável do militar Boeing V-22 Osprey.
Também pensei sobre isso durante a primavera de 2012, quando tive a igualmente emocionante chance de voar o X3 da Airbus (antiga Eurocopter), um helicóptero híbrido parecido com o AS365 Dauphin com um par de motores turbopropulsores a velocidade constante em asas curtas e grossas.
Ambos os designs foram desenvolvidos para oferecer à comunidade da aviação civil a manobrabilidade de um helicóptero e a velocidade de uma aeronave com dois motores turbopropulsores, tudo em um pacote só.
Enquanto voava nestas aeronaves, a minha pergunta era a seguinte: “Será que a aviação policial está pronta para uma aeronave que mantém a manobrabilidade dos nossos queridos helicópteros ao mesmo tempo que nos dá a rápida velocidade de uma aeronave a turbina?”
Fica fácil dizer que sim quando consideramos o cenário que dei acima. Quem não quer ter a opção de ir mais rápido quando as coisas estão uma loucura? E fica ainda mais fácil querer as velocidades híbridas quando consideramos o que está acontecendo na Inglaterra e em Gales.
No início deste ano, a BBC informou que o Serviço Nacional de Aviação Policial, a agência que fornece o suporte aéreo para as 20 bases da Inglaterra e de Gales, provavelmente fechará permanentemente um quarto dos seus postos avançados devido a problemas orçamentários. Naturalmente, a razão de qualquer agência abrir várias bases é reduzir o tempo de resposta da tripulação nas suas áreas de responsabilidade – o mesmo que pôr um “policial em cada esquina”, na versão da aviação.
No entanto, mais bases significa também mais despesas operacionais. Deste modo, a vantagem de voar uma aeronave híbrida seria a capacidade de operar menos bases, já que um híbrido a 220 nós pode cobrir mais territórios de forma mais rápida do que um helicóptero a 120 nós pode através de mais bases? Ou é melhor continuar com aqueles “policiais” em cada esquina e manter vários hangares?
Isto depende, é claro, do custo para comprar, operar, manter e prover de pessoal uma aeronave híbrida que voa de uma base em comparação com o custo de operar os helicópteros convencionais de várias bases. E quanto exatamente custará a compra, a operação, a manutenção e o fornecimento de pessoal de uma aeronave híbrida? A única coisa que temos para continuar este artigo é o custo do V-22.
Mas, esta não é uma comparação justa, a Osprey é uma aeronave enorme com o preço exorbitante de US$ 72 milhões. O AW609, que é do tamanho de um Learjet, e o X3, do tamanho de um Dauphin, custariam bem menos do que o V-22, mas pode apostar que mesmo assim eles sairiam mais caros do que qualquer coisa estacionada em um hangar da polícia, considerando a complexidade dos seus designs.
Assim, retornamos mais uma vez ao mesmo problema matemático que tem incomodado a aviação policial desde os anos 70, quando as agências tiveram que decidir entre manter os seus Bell 47 ou atualizar-se e trocá-los pelo mais caro Jet Ranger: Quanto mais a eficácia e a eficiência valem a pena em um negócio onde a segurança do público depende, muitas vezes, daquilo que os socorristas têm para trabalhar?
Por enquanto, vejo a aeronave híbrida como algo que as agências com territórios enormes para cobrir vão querer considerar, mas algo impraticável para as unidades de polícia urbana, pelo menos durante o momento de infância dos híbridos. Para as agências intermediárias, a questão pode até ser considerada, dependendo dos custos associados. Mas, gosto da ideia de que opções novas e mais rápidas estão a caminho para o suporte aéreo.
Fonte: Rotor & Wing/ Reportagem: Ernie Stephens
Enviar comentário