Piloto lança livro que conta a história das enchentes no Espírito Santo em 2013
02 de novembro de 2015 3min de leitura
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Movido pelo desafio de registrar sob um novo olhar a maior tragédia natural do Espírito Santo, o capitão e piloto Marcelo Hollanda escreveu um livro sobre as missões de resgate às vítimas das chuvas de dezembro de 2013, a bordo do helicóptero da Polícia Militar. O lançamento de “Anjos Audazes” aconteceu na noite de terça-feira (27), em Vitória.
As chuvas que atingiram o Espírito Santo em dezembro de 2013 causaram 24 mortes e deixaram mais 60 mil pessoas fora de casa. O volume de chuva foi considerado o pior desde 1979. No total, 55 municípios foram afetados, sendo cerca de 15 a 20 com maior gravidade. Bairros inteiros ficaram isolados pela água. A chuva também destruiu lavouras, inundou pastos e danificou estradas de acesso às propriedades agrícolas. Os prejuízos do setor chegam a R$ 200 milhões.
“Logo depois da nossa operação das enchentes, comecei a avaliar dados estatísticos e relatórios de voo para relatar a chefia. Aquelas histórias voltaram a ficar na minha cabeça e comecei a registrar num papel. Durante o processo, vi que tinha material para publicar o livro com as histórias”, afirmou Marcelo Hollanda.
Durante 17 dias, foram 419 missões, 151 resgates de pessoas em locais de difícil acesso e 226 horas de voo em todo o território capixaba. Hollanda participou de alguns desses resgates, mas decidiu contar como os integrantes do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer), conhecido como harpias, realizaram os salvamentos.
O livro conta ainda com um breve histórico sobre o funcionamento do helicóptero, além de falar sobre a rotina da unidade de aviação da segurança pública. Em sua escrita, Hollanda buscou envolver os leitores com relatos que encantam pelo extraordinário e dificuldades enfrentadas.
A história, contada em quase 250 páginas, ocupa-se de falar dos anjos e heróis. Um registro da entrega à uma profissão e amor à vida. Na obra, os leitores vão conhecer um pouco mais sobre a tragédia natural provocada pelas fortes chuvas de dezembro de 2013.
Os fatos narrados por Hollanda marcaram a vida de policiais e voluntários civis. “Logo no final tivemos um momento de superação. A gente vê aquelas cenas de destruição nas paisagens, a dificuldade de toda a população. Nós, policiais militares e bombeiros, nos empenhamos em atender ao máximo, a melhor forma possível “, disse o capitão.
Para ele, fica a certeza de que um legado foi deixado. “Somos melhores hoje do que na época. Caso tenha outra tragédia daquela forma, estaremos mais preparados do que na época”, completou.
Primeiro livro
“Anjos Audazes” é o primeiro livro escrito pelo capitão. “Já tinha feitos trabalhos acadêmicos, mas nunca tinha escrito livros. A ideia inicial era que fosse distribuído, mas não tive como custear a editoração”, explicou.
Para que o livro fosse publicado, Hollanda recorreu a um site de financiamento compartilhado. “A ideia era imprimir 100 livros, todos em preto e branco, com a qualidade bem modesta. Só que os colaboradores me ajudaram muito, algumas empresas e instituições vieram para o projeto e melhoramos a qualidade. Uma capa feita por um desenhista profissional, uma editoração”, disse.
Após receber além do que esperava na financiamento compartilhado, o capitão decidiu ampliar a tiragem. “São dois mil livros, o que demanda uma logística tamanha. Depois que os exemplares de quem contribuiu no site forem entregues, o restante será vendido na livraria. É uma fonte de consulta para as pessoas que lidam diretamente com tragédias. Eu estou meio extasiado, o projeto cresceu muito e eu não sei onde vai parar”, concluiu.
Notaer
O núcleo tem mais de 20 anos de existência e atua, nos ares, em buscas e capturas de criminosos, em resgate de pessoas em situações de risco, no transporte de autoridades e pessoas envolvidas em acidentes graves.
O brasão do grupo é uma harpia, uma das mais vorazes aves de rapina e representam a coragem e determinação dos policiais que compõe o grupo.
Fonte: G1.
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