Paraná aposta em alta tecnologia contra o crime
02 de janeiro de 2025 4min de leitura
Paraná – Em outubro de 2024, quatro assaltantes de cargas que fugiam da polícia no Norte do Paraná foram localizados em meio à mata fechada. O detalhe é que eles foram encontrados com o uso de um drone com câmera térmica.
Esses drones vêm sendo utilizados pela Segurança Pública do Paraná dentro do Projeto Falcão, da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), que também é composto por quatro helicópteros com tecnologia de ponta, colocando o Estado na vanguarda tecnológica na área de segurança.
Em 2023, o Governo do Estado adquiriu oito sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (RPAS/drones). Seis deles foram disponibilizados a cada um dos Comandos Regionais da Polícia Militar do Paraná (CRPM), outro é operado pelo Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) e o oitavo pelo Comando de Missões Especiais da Polícia Militar (CME).
Os helicópteros, também estão equipados com a última palavra em se tratando de tecnologia embarcada, auxiliando o trabalho de buscas e salvamento.
“A tecnologia se tornou indispensável para otimizar o trabalho da PM. Os drones e aeronaves, por exemplo, trazem uma visão privilegiada, do alto, das buscas e acompanhamentos de fugitivos”, explica o comandante do CME, o coronel Anderson Puglia.
“Nos locais onde não têm visão ótima, essa tecnologia consegue detectar calor da pessoa escondida, fazendo o direcionamento às equipes que estão em terra”, explica.
Tecnologia
Os drones contam com autonomia de voo de aproximadamente 40 minutos, capacidade de voo noturno com câmera termal de alta definição, capacidade de zoom óptico de 30 vezes e zoom digital de 200 vezes.
Eles possuem alto-falante e farol de buscas para otimizar sua aplicação nas demandas policiais, além de gerador de energia para aumentar a autonomia de voo. Isso permite o carregamento simultâneo das baterias em áreas de operação onde não há disponibilidade de energia elétrica.
Já os helicópteros contam com painel dianteiro adaptado para operação com óculos de visão noturna (OVN), com todos os dispositivos internos, equipamentos, luzes de cabine e externas compatíveis com o OVN.
Também foi instalado o sistema MX-10, projetado para ser montado em aviões, helicópteros e outros veículos aéreos não tripulados (VANTs). Ele fornece uma imagem térmica de alta resolução e detalhada para auxiliar nas operações de vigilância, busca e salvamento, reconhecimento de alvos, controle de fronteiras, rádio patrulhamento policial e outras aplicações.
Também conta com câmera infravermelha com resolução HD, zoom óptico contínuo com campo de visão mínimo que permite identificar alvos a 4,5 quilômetros, tendo um alcance máximo de até 15 quilômetros, dependendo das condições atmosféricas e do tamanho do objeto.
Além disso, os helicópteros também têm farol de busca de alta performance, que potencializa a segurança das equipes de solo em terrenos com baixa luminosidade e na localização de suspeitos em áreas de matas, rios e terrenos diversos.
“São os primeiros helicópteros da América Latina totalmente equipados para o serviço policial. Os equipamentos conseguem à noite, numa floresta, identificar uma pessoa, além de mapear placas a quilômetros de distância. Vai ser uma ferramenta importantíssima para apoiar as equipes da terra”, disse o governdor Ratinho Jr, no lançamento do Projeto Falcão, em agosto de 2023.
Resultados
Com pouco mais de um ano em operação, os resultados do projeto com a utilização de tecnologia de ponta mostra resultados. Foram dezenas de operações realizadas, desde a idetificação de drogas sendo transportadas ao apoio a outras forças.
Em junho deste ano, o Falcão 13 identificou por meio do sensor infravermelho do imageador térmico que integra a tecnologia embarcada uma aeronave usada pelo tráfico de drogas, que era perseguida pela Polícia Federal desde Guaíra, no Oeste do Paraná.
O helicóptero das forças de segurança do Paraná conseguiu localizar a aeronave carregada com drogas, e que voava em uma região de difícil identificação dos radares, a 15 quilômetros de distância.
O piloto, um homem de 52 anos, tentou fugir e se esconder em um carro que estava estacionado, mas foi encontrado também com apoio do infravermelho e das câmeras de alta definição do Falcão 13. Ele foi detido pela Polícia Federal.
O coronel Puglia destaca que os equipamentos têm tido bastante eficiência principalmente nas regiões de fronteira, onde as aeronaves são mais demandadas. “Muitos suspeitos utilizam as estradas rurais para fugir da fiscalização da polícia, e os equipamentos conseguem identificar essas movimentações”, ressalta.
“Mas eles não são utilizados apenas no combate ao crime, mas também missões humanitárias, como a localização de pessoas em que estão perdidas na mata, em apoio às equipes de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros”.
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