MARCUS VINICIUS BARACHO DE SOUSA 

Há bastante tempo, a aplicação da Gestão pela Qualidade na Aviação de Segurança Pública enfrenta algumas dificuldades em se medir o valor do serviço prestado por suas aeronaves. Especialistas em gestão afirmam que sem medição e controle não há gerência. No setor de aviação, a eficiência, segurança e aplicação responsável dos recursos dependem de uma boa administração.

A implantação e a utilização de indicadores de gestão, como forma de medir a gestão dos recursos públicos, investidos na OASP (Organização Aérea de Segurança Pública) é com certeza uma prática positiva, estabelecendo a medição do desempenho da OASP e indicando um comprometimento com uma gestão moderna e participativa.

No momento atual brasileiro, é tempo de planejar a padronização dos indicadores de gestão nas OASP. A justificativa dessa proposta é a necessidade de se estabelecer referenciais comparativos ou “benchmarks” para todas as OASP.

Guardadas as diferenças de um Estado para outro, a aplicação e a gestão da aeronave (asa fixa ou rotativa) na Aviação de Segurança Pública é praticamente a mesma . Alguém que for salvo em uma enchente, por um helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, terá sensação diferente daquele for salvo lá no Rio de Janeiro ou na Bahia? O valor agregado a esse serviço, por exemplo, será o mesmo, talvez a forma de medir seja diferente e é esse aspecto que deve ser discutido.

Estabelecer indicadores de gestão para todas as OASP significa facilitar o entendimento do trabalho que é prestado e viabilizar o retorno (frutos) de tudo que está sendo investido para o crescimento desse setor, não importando em que ponto do país o serviço é realizado, se é municipal, estadual ou federal. Possibilitará um histórico comum, traçando um caminho prático e impedindo que novas OASP cometam erros que já foram cometidos pelas que vieram primeiro. Seria como “globalizar” a gestão da Aviação de Segurança Pública no País.

Esses indicadores padronizados também permitirão verificar o quanto as Organizações conseguem se diferenciar no setor em que atuam cumprindo seus planos e estratégias definidas. Assim poderá ficar claro que ter mais aeronaves ou consumir mais horas de voo pode não significar ser mais eficiente ou estar se desenvolvendo. Também, conhecer o que o seu “vizinho” está fazendo facilita a gestão, pois o caminho está traçado, é só seguir a trilha.


O autor é Capitão da Polícia Militar de São Paulo, trabalha no Grupamento de Radiopatrulha Aérea e Comanda a Base de São José do Rio Preto.