Paciente do primeiro resgate aeromédico noturno realizado pelo GRAESP se recupera
29 de abril de 2017 3min de leitura
29 de abril de 2017 3min de leitura
Pará – Quem vê o pequeno J.M.V.S, de três anos, desenhando helicópteros e brincando com bonecos de super-heróis, nem imagina que ele se recupera de um acidente grave na clínica pediátrica do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua.
Passava das 16h da quinta-feira, 20, quando o menino caiu de uma ponte e foi atingido por um pedaço de madeira na altura do tórax, na localidade do rio Pacujatá, no município de São Sebastião da Boa Vista, na Ilha do Marajó. O garoto foi transferido às pressas para Belém no primeiro resgate aeromédico noturno realizado no Pará. (Saiba mais sobre o resgate)
Já em Belém, refeita do susto, a mãe do menino, Maricleide Vieira, relembra os momentos de angústia antes da remoção para o HMUE. “Procuramos o posto de saúde da cidade, mas pela gravidade do caso fomos orientados a trazê-lo a Belém. Meu pai chegou a pensar em levá-lo para Abaetetuba, mas desistimos por achar que ele não resistiria ao trajeto. Teríamos que ir de rabeta até lá, demoraria muito”, explicou.
O acidente com o menino despertou a solidariedade dos populares do município. Um grupo se mobilizou para levar carros e motocicletas até o local onde o helicóptero Guardião 5 (H145), do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) do Governo do Pará, pousou cerca de 40 minutos após decolar de Belém. A área foi iluminada pelos faróis dos automóveis e só assim a aeronave conseguiu descer em São Sebastião.
Submetido a procedimento cirúrgico, agora o menino está em observação na Pediatria do HMUE. Lá o garoto ganhou lápis de cor e papel para fazer desenhos. Ao coordenador médico do Pronto Atendimento da unidade, José Gabriel Guataçara, o pequeno fez um pedido: queria comer pão careca. Com o desejo prontamente atendido, J.M passou os últimos dias entre desenhos de aeronaves e os bonecos de super-heróis trazidos pela mãe para a enfermaria.
O médico José Guataçara diz que pequenos gestos, como dar ao paciente um tipo de alimento específico ou estimular atividades lúdicas como o desenho, ajudam na recuperação. “Casos como este precisam de acompanhamento”, disse.
Nesta segunda-feira, 24, o paciente e a mãe receberam a visita de parte da equipe do Graesp que atuou no resgate. Tímido, o garoto conversou com o major Cláudio Petillo e o médico José Guataçara, que também integra o time do grupamento. De presente, os profissionais ganharam o desenho de um helicóptero.
Aliviada, a mãe de J.M. destacou o atendimento recebido na unidade e no momento do resgate, ainda em São Sebastião da Boa Vista. “Chegamos aqui e meu filho foi logo levado para a cirurgia. Graças a Deus ele foi bem atendido. Se não fosse por todos vocês, talvez a situação fosse diferente”, agradeceu.
Resgate inédito
Passava das 19h30 da quinta-feira, 20, quando a aeronave do Graesp levantou voo em Belém em direção ao município de São Sebastião da Boa Vista. O Guardião 5 é a única aeronave do grupamento apta a realizar voos noturnos. O fato de o posto de saúde do município não ser a unidade adequada para o tratamento que o paciente precisava, obrigou o coordenador do Pronto Atendimento do HMUE a orientar a enfermeira local quanto aos primeiros procedimentos a serem feitos no garoto.
A equipe que seguiu no helicóptero foi formada pelos majores Cláudio Petillo e Ricardo Freitas, pela enfermeira Andréia da Luz, o tripulante Cláudio Sfrendrech Júnior e o médico José Guataçara. “Orientamos a enfermeira a fazer o que chamamos de curativo de três pontas, para que o ar saia do tórax e não haja risco de morte do paciente. Isso facilitou muito. Quando pousamos, só pegamos a criança, fizemos uma reavaliação e voamos bem baixinho para que não houvesse falta de oxigênio”, explicou Guataçara.
O helicóptero levou cerca de 40 minutos para se deslocar entre Belém e São Sebastião da Boa Vista, localizada a 106 quilômetros em linha reta da capital do Pará. Por volta das 21h30, a aeronave fez o trajeto de volta para trazer o menino até o HMUE.
Por Karla Soares, Agência Pará.
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