Operações de Salvamento – O que devemos saber sobre as cordas – Parte 2
24 de dezembro de 2009 4min de leitura
24 de dezembro de 2009 4min de leitura
Conforme informado na primeira parte deste artigo, trataremos agora sobre outros conceitos fundamentais para a correta e mais adequada forma de utilização das CORDAS DE SALVAMENTO.
Como sabemos, nas Corporações de Bombeiros Militares, Forças Policiais, Aviação de Segurança Pública e Forças Armadas, quando se trata de salvamento, são adquiridas as cordas semi-estáticas, com tecnologia Kernmantle, diâmetro de 12 ou 12.5 milímetros e carga de ruptura mínima de 4.000 kg.
A VIDA ÚTIL DAS CORDAS
A vida útil de uma corda não pode ser definida ou preestabelecida pelo tempo de uso. A sua duração depende de uma grande quantidade de variáveis, incluindo o cuidado individual, a freqüência de uso, os tipos de equipamentos utilizados, a velocidade de descida em rapel, a abrasão física, o clima, o tipo e intensidade de carga que é submetida, a degradação química, a exposição aos raios ultravioletas, entre outros.
Qualquer corda é vulnerável às forças destrutivas e pode apresentar falhas após ter sido descuidada ou submetida a condições extremas como cargas de impacto ou bordas afiadas (cantos vivos). A corda deve ser aposentada quando apresentar cortes, quando a abrasão tenha causado um desgaste significativo na capa, após uma queda forte (fator de queda maior que 0.25 em corda estática), quando existir suspeita de contaminação por agentes químicos ou em qualquer outra situação em que existam dúvidas a respeito.
Se todos os cuidados forem adotados, os usuários das cordas devem utilizar, como parâmetro, uma vida útil de 5 (cinco anos) para “aposentar” (descartar) uma corda de salvamento. Existem corporações que adotam tempo inferior a quatro anos. O mais importante é estar consciente que essa vida útil sempre dependerá das variáveis acima apresentadas.
CUIDADOS COM AS CORDAS
As cordas são construídas para suportarem grandes cargas de tração, entretanto, são sensíveis a corpos e superfícies abrasivas ou cortantes, a produtos químicos e aos raios solares.
É muito importante que se mantenha um registro da corda, pois não existe maneira não destrutiva de saber se a corda está boa ou não. Depende somente do responsável pelo uso conhecer sua corda e saber a quais esforços a mesma foi submetida. Nunca empreste sua corda; é aconselhável manter um registro com sua história.
Dessa forma os profissionais de salvamento em altura devem adotar os seguintes cuidados:
COMO INSPECIONAR UMA CORDA
As cordas de salvamento devem ser inspecionadas previamente em todas as situações em que houver necessidade de seu emprego.
A inspeção deve ser visual em toda a sua extensão, observando os seguintes aspectos:
Nos próximos artigos trataremos sobre outros equipamentos de salvamento em altura. Aguardem…
Referências
MAS (Manual de Salvamento em Altura)
Coletânea de Manuais Técnicos – MTB26-Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo;
Catálogos New England
Catálogos PMI
Catálogo Roca
Catálogo Sterling
Revista NUS, Barcelona, Espanha, 1993
Vertical Caving, Meredith e Martinez, Lyon Equipment, UK
Catálogo Black Diamond
Catálogo Edelweiss
Catálogo Beal
Catálogo Climb High
Catálogo REI.
O autor é Capitão da Polícia Militar do Estado de São Paulo, comandante de aeronave do GRPAe/SP e especialista em salvamento em altura.
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