Operação da Polícia Militar Ambiental fecha duas fábricas de balões em SP
17 de março de 2017 4min de leitura
17 de março de 2017 4min de leitura
São Paulo – No dia 31 de dezembro de 2016, logo após decolar do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo, o piloto de um avião da Latam avistou três balões de ar quente de grande porte bem próximos de sua rota.
Numa manobra rápida, ele conseguiu desviar e livrou os 200 passageiros a bordo de um risco de acidente de grandes proporções. A Polícia Militar Ambiental está atenta e combate a prática deste crime.
O caso descrito acima não é isolado. Segundo estatísticas do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, esse tipo de ocorrência aumentou 7,9% nos três aeroportos que servem a capital paulista entre 2015 e 2016. Em apenas um deles, justamente o de Cumbica, entretanto, a alta foi de 40%.
Nesta quinta-feira (16), a Polícia Militar Ambiental realizou a “Operação Balão” e conseguiu fechar duas fábricas clandestinas. Equipes da Polícia Militar Ambiental realizaram uma grande ação contra a fabricação e soltura de balões na capital paulista, Sorocaba, Jundiaí, Valinhos, Indaiatuba, Várzea Paulista, Campinas e Atibaia. Ao todo, foram 13 policiais e seis viaturas envolvidas nas ocorrências.
Campinas
Em Campinas, os policiais conseguiram fechar uma fábrica que funcionava nos fundos de um estabelecimento comercial. No local, foram apreendidos materiais para a construção de três balões: papel de seda, armações de madeira e ferro, duas bancadas de ferro e também três bocais.
“Um senhor de 68 anos foi detido na fábrica, ele chegou a alegar que os balões eram para participar de competições no México, onde soltar balão não é crime. Mas quando perguntamos se já queria levar os balões montados, ele acabou desistindo da história e assumiu o crime”, contou o Tenente Nobrega, comandante da ocorrência. O policial chegou a frisar que no país latino-americano as pessoas que soltam balões são tidas como “celebridades”, mas aqui no Brasil são criminosas.
O homem recebeu um Auto de Infração Ambiental de R$ 15 mil e foi conduzido pelos policiais para o 3º Distrito Policial de Campinas.
Várzea Paulista
No município de Várzea Paulista, o resultado da operação não foi diferente: mais uma fábrica fechada e outro suspeito preso. Os PMs receberam uma denúncia de que um homem fabricava balões no fundo de casa.
“Quando os policias chegaram no local, o criminoso não liberou a entrada dos homens da polícia. Ele se trancou e começamos a ver fumaça. Os PMs conseguiram entrar na residência e foi constatado que ele estava queimando as provas de que ali tinha uma linha de produção de balões clandestinos”, afirmou o Capitão Hirano.
No casa foram apreendidos, dois balões semiprontos, bobinas de linha, folhas de seda e uma bancada para confecção de balão. O suspeito foi preso em flagrante e encaminhado para o Distrito Policial de Várzea Paulista. Ele recebeu um Auto de Infração Ambiental no valor de R$ 10 mil.
Entenda melhor os perigos dos balões ilegais
A fabricação e comercialização clandestina de balões representa múltiplos riscos para a sociedade, a começar pela aviação. Balões ilegais são um verdadeiro pesadelo para os pilotos, podendo causar desde colisões até a necessidade de efetuar manobras evasivas abruptas, causando interrupção e atrasos de pousos e decolagens.
Balões ilegais também são grandes agressores da população que esta no solo, causando todo tipo de problemas, a começar pela interrupção no fornecimento de energia elétrica. É mais comum do que se imagina, se esses artefatos incendiários caírem sobre cabos condutores das linhas de transmissão e de distribuição de eletricidade, ou até mesmo dentro de subestações, podem causar curto-circuitos e incêndios, tendo como conseqüência a interrupção de energia em uma grande área da cidade.
Do ponto de vista ambiental, os balões são um dos seus piores inimigos, com grande potencial ofensivo. Ao cair em matas e florestas o incêndio é praticamente garantido, causando destruição não apenas a flora, mas também colocando em risco o habitat e vida de animais.
Além disso, os balões não tripulados também causam danos ao patrimonio público e privado ao cair sobre edificações e causar incendios. Para piorar essa situação, verdadeiros bandos de criminosos invadem residencias, pulam muros e sobem em telhados para conseguir “troféus” e recuperar partes dos balões. Segundo a Polícia, esses bandos são verdadeiras quadrilhas organizadas que, não raramente, portam armas de fogo colocando em risco a vida do cidadão de bem.
Para a Polícia Militar Ambiental, a principal missão é apreender os balões ainda na fase de confecção, o melhor momento para reprimir o crime.
Fonte: Último Segundo – iG
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