O uso de óculos na aviação
19 de maio de 2016 3min de leitura
Em 07 de abril de 2016, a AIRBUS publicou um Safety Information Notice – SIN versando sobre o impacto que o uso de óculos polarizados pode ter sobre a leitura das informações exibidas no painel da aeronave.
Ao escolher seus óculos de sol, você deve se preocupar, mais do que com a aparência, com os seguintes quesitos: a proteção do seu recurso sensorial mais importante (a visão), a escolha correta das lentes, a proteção contra radiação e ofuscamento, o material e as armações.
Esse EPI atenua os efeitos do excesso de brilho da luz solar, diminui a fadiga ocular e protege os tecidos oculares contra a exposição a uma radiação solar nociva. Além disso, eles protegem nossos olhos do impacto com objetos quando não se está usando o capacete de voo.
Em meio a todos os quesitos citados, o SIN mencionado, em seu início, chama a atenção para um fator muito relevante e de influência direta na leitura de parâmetros e informações nos instrumentos das aeronaves: polarização e coloração das lentes.
Lentes polarizadas não são recomendadas para uso no ambiente de aviação. Embora úteis para bloquear a luz refletida por superfícies horizontais como água ou neve, a polarização pode reduzir ou eliminar a visibilidade de instrumentos que incorporem filtros contra ofuscamento.
As lentes polarizadas podem também interferir na visibilidade através do para-brisa acentuando os estriamentos em materiais laminados e mascarar o brilho da luz refletida por superfícies brilhantes, tais como, a asa ou o para-brisa de outra aeronave, algo que pode reduzir o tempo de que o piloto, por exemplo, dispõe para reagir rapidamente numa situação de tráfego.
As opções de coloração para óculos de sol são praticamente infinitas. As três mais comuns são cinza, verde acinzentado e marrom, sendo que qualquer uma delas é uma excelente opção para o aviador.
O cinza (filtro de densidade neutro) é recomendado porque é o que menos distorce a cor. Coloração amarela, âmbar, e laranja (ou seja, bloqueadoras do azul) evitam que luminosidade de ondas curtas atinja os olhos do operador e acredita-se que aprimoram a visão, embora não haja estudos científicos para confirmar essa afirmação.
Além disso, sabe-se que essas colorações nas lentes distorcem as cores, tornando difícil distinguir a cor das luzes de navegação, sinais, mapas e visores de instrumentos com código de cores.
Para aviação, as lentes dos óculos de sol devem bloquear no máximo 70-85% da luz visível, e não distorcer cores de maneira significativa. As colorações que bloquearem mais de 85% da luz visível não são recomendadas devido à possibilidade de redução da acuidade visual, tornando difícil a visualização de instrumentos e de material escrito dentro do cockpit.
Concluímos alertando que óculos de sol polarizados não são recomendados devido à possibilidade de dificultar a interação com as telas dos instrumentos ou outros materiais no ambiente de cabine.
Visto que óculos de sol são um recurso importante, com ou sem correção refrativa, nosso pessoal deve considerar cuidadosamente a escolha de um bom par de óculos para utilizar durante do voo ou nas atividades que lhe são acessórias.
A tecnologia associada às lentes oftálmicas se desenvolve continuamente com o advento de novos materiais, designs e técnicas de fabricação. Sugerimos consultar o seu médico oftalmologista a respeito das alternativas mais eficazes disponíveis atualmente ao escolher um novo par de óculos de sol e não somente as tendências do glamour aeronáutico.
Fontes: Safety Information Notice Nº 3007-S-00 – AirBus Helicopters e Informativo Ninho da Harpia 04 – maio/2014 – Seção de Segurança Operacional/NOTAer – Tradução e livre adaptação: Cap Pablo. Revisão: Cap Elizabeth.
VOE SEGURO, VOE NOTAER!
“Harpia: servindo e protegendo a sociedade capixaba.”
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