O trote
31 de julho de 2010 1min de leitura
NÁDIA TEBICHERANE
A situação em Paraisópolis estava tensa. Um tiroteio cerrado produzia um barulho assustador. Policiais e traficantes se enfrentavam. O reforço policial chegava em várias viaturas. Os traficantes foram sendo cercados. Cinco moças, estudantes, foram feitas reféns. A polícia negociava, buscava um modo para que aquela situação de perigo terminasse de forma positiva, sem perdas.
O helicóptero fazia o apoio dando uma ajuda importante ao pessoal de terra. O capitão Fly comandava a aeronave e passava informações valiosas sobre a localização dos bandidos. Então, recebeu pelo rádio a ordem de pousar para resgatar as moças que haviam sido libertadas pelos traficantes finalmente dominados. Elas ficariam no clube da polícia de onde seguiriam de carro para o hospital.
Enquanto isso, na casa do capitão Fly, sua esposa atende ao telefone:
– Alô?
– Alô. Aqui é um amigo seu. Você sabe onde anda o seu marido?
– Trabalhando. Aconteceu alguma coisa?
– Ele está é na maior farra…
– Como é?
– É isso mesmo! Tá na maior festa animada, tem fogos e tudo…Ele está no paraíso!!!
– Não acredito em nada disso! Vou desligar!
– Você não tá acreditando? Seu marido não é o capitão Fly?
– É sim…
– Pois é… ele é que tá comandando a parada toda! Tá rolando muita droga…Os amigos dele não param de chegar… cada carrão…
– Que amigos?
– Ah dona… os de sempre…nesse momento ele tá enchendo o helicóptero de mulher…vai levar sabe pra onde né?…
– Mulher no helicóptero?
– É… cinco saradas…
A esposa desliga e faz imediatamente uma ligação para o grupamento aéreo:
– Alô, é verdade que o capitão Fly está com cinco mulheres no helicóptero?
– É sim senhora, mas elas…
– Não fala nada…pra onde ele foi?
– Para o clube da polícia e depois…
– Safado…
O telefonista da central do grupamento consegue falar com o capitão Fly…
– Capitão, a casa caiu….
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