NTSB: Relatório de acidente aeromédico
25 de outubro de 2015 4min de leitura
Em 19 de setembro de 2013, um helicóptero AS350B2, configurado para missão aeromédica, realizou um pouso de emergência em um campo, após perda total de potência do motor em voo. Do pouso, o piloto sofreu ferimentos graves e os dois tripulantes médicos e o paciente a bordo sofreram lesões leves.
O acidente ocorreu na quinta-feira do dia 19 de setembro de 2013 em Canton, Mississippi (EUA).
RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE
Assim que o helicóptero deixou o heliponto, uma testemunha viu uma fumaça escura saindo pelo escape do motor. (Essa fumaça não teria sido visível ao piloto.) O piloto informou que, aproximadamente 10 minutos depois de partir, notou a iluminação da luz de alerta de baixa pressão do óleo do motor.
Ele observou que o indicador de pressão do óleo também mostrava pressão baixa, mas que não havia aumento da temperatura do óleo ou da temperatura do motor. Como o piloto tinha experimentado recentemente um problema intermitente com o indicador da pressão do óleo em outro helicóptero, ele supôs que o helicóptero passava por um problema semelhante e continuou em direção ao destino planejado, enquanto tentava verificar a perda da pressão do óleo do motor.
Alguns minutos depois, o piloto notou uma indicação de torque baixo, mas sem elevação da temperatura do óleo ou da temperatura do motor. Cerca de 25 minutos depois da partida, o piloto viu um aumento da temperatura do motor e abaixou o coletivo para reduzir a potência.
Depois de reduzir brevemente, a temperatura do motor voltou a aumentar e o piloto localizou um campo aberto para executar o pouso fora do aeroporto. O motor teve uma perda total de potência antes do helicóptero alcançar o campo aberto; o piloto executou uma autorotação e o helicóptero pousou com dificuldade.
A avaliação pós-acidente revelou que o tanque de óleo do motor estava vazio e que o motor tinha sofrido um dano provocado pelo calor compatível com o sobreaquecimento devido ao esvaziamento de óleo.
Uma obstrução por depósito de borra de óleo foi encontrada no detector de limalha do rolamento G3, que teria restringido a eliminação do óleo do G3.
Segundo a fabricante do motor, a falha em eliminar o óleo no rolamento G3 causaria a sobre-pressurização da gaiola do rolamento G3, o que forçaria o óleo do motor para fora da linha de abertura do rolamento G3.
Além disso, a sobre-pressurização do óleo poderia superar a vedação por labirinto do cabo de pistão, que permitiria o óleo fluir até o caminho de escape do gás. É provável que isto ocorreu porque o óleo fluindo para dentro do caminho de escape resultaria em uma fumaça escura vindo do escape do motor, como foi observado pela testemunha.
A operação contínua do motor nesta condição provavelmente resultou na depleção do reservatório de óleo, na iluminação da luz de alerta de baixa pressão do óleo do motor, e, posteriormente, à medida que o voo continuava, na perda total da potência do motor.
Uma revisão dos dados recuperados de um gravador de voo instalado no helicóptero indicou que, aproximadamente 2 minutos após a partida (cerca de 26 minutos antes do acidente), a pressão do óleo caiu de cerca de 4 bar para aproximadamente 0.2 bar, o que teria acendido a luz de alerta de baixa pressão do óleo do motor.
O manual de voo e a lista de verificação de emergência do cockpit direcionavam para que, quando a luz de alerta de baixa pressão do óleo do motor acendesse e o indicador de pressão de óleo do motor indicasse baixa pressão de óleo (como informado pelo piloto), o procedimento seria pousar imediatamente. Se o piloto tivesse seguido este procedimento ao invés de continuar o voo com a luz de alerta acessa, é provável que o acidente tivesse sido evitado.
A revisão dos registros de manutenção do helicóptero indicou que, cerca de 12 horas de voo antes do voo do acidente, o disco da turbina do 2º estágio do motor (T2) havia sido substituído. Durante a substituição do T2, o técnico de manutenção concluiu que a gaiola do G3 estava “limpa” e, por isso, não limpou a referida gaiola, embora os procedimentos de manutenção exijam uma limpeza sistemática quando o T2 é substituído, independente da condição do suporte.
Se a limpeza tivesse sido executada, como exigido nos procedimentos de manutenção, é provável que o depósito do carbono de óleo no detector de limalha do rolamento G3 tivesse sido descoberto e removido, evitando, assim, o acidente.
O Conselho Nacional de Segurança em Transportes conclui como a (s) provável (veis) causa (s) deste acidente:
Fonte: NTSB
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