Rio – O helicóptero policial paira no ar, quase invisível, a quatro quilômetros do teatro de operações, uma pacificação de favela com resistência de traficantes. De longe, a supercâmera fixada na aeronave aproxima a imagem dezenas de vezes e identifica quatro homens armados removendo blocos de drogas, às pressas, de um casebre para um carro.

O oficial tripulante se comunica com o comandante da operação em terra e dá as coordenadas do local. Em pouco tempo, quatro equipes surpreendem o bando por trás e prendem os traficantes.

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Esta é uma situação hipotética. A partir de abril, porém, o Grupamento Aeromóvel (GAM) da Polícia Militar do Estado do Rio contará com supercâmeras para o novo patrulhamento aéreo permanente, que será implantado no Rio. Serão três helicópteros equipados com câmeras de alta tecnologia, semelhantes às usadas por redes de TV.

“Aumentar a eficiência”

Um episódio que demonstrou o poder dessas máquinas foi a imagem da fuga em massa de traficantes, na tomada dos complexos do Alemão/Penha, em novembro de 2010. O registro valeu prêmios para a TV Globo e chamou a atenção para o potencial estratégico para uma força policial.

Caberá ao GAM formatar e aplicar o novo radiopatrulhamento aéreo da corporação. “Vamos atender à PM e potencializar o patrulhamento ostensivo, aumentando a eficiência do serviço policial para a sociedade”, explicou o major Leitão, 37 anos e gerente da seção de projetos do Grupamento.

O novo patrulhamento aéreo começa em abril, de olho nos grandes eventos. Em 2013, o Rio receberá a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude – evento católico, com a presença do novo papa; ano que vem será a Copa do Mundo.

Até as Olimpíadas, em 2016, serão comprados mais três helicópteros para o GAM. A prioridade será para as ocorrências de vulto, grandes eventos e ações estratégicas da Segurança Pública.

As câmeras serão adquiridas com verba da Secretaria Extraordinária de Segurança para grandes eventos, para os estados-sede da Copa, e chegam no meio de março, para treinamento. Cada equipamento custa R$ 3 milhões, metade do preço de um helicóptero.

Resgate de pessoas e PMs feridos

Fundada em 2002, a unidade, que integra o Comando de Operações Especiais (COE) da PM , é empregada principalmente em operações, em apoio ao Bope , Choque e outros batalhões. Também faz transporte de tropas e resgate de pessoas e PMs feridos.

O GAM conta com 11 pilotos e 16 copilotos, e 150 tripulantes, que voam em três helicópteros Esquilo, um Huey II (o ‘Sapão’) blindado e um Schweizer, para treinamento de pilotos – formados pela PM.

Fonte: O DIA. Reportagem de Raphael Gomide, do iG.

Foto: Daniel Queiroz – Asa Rotativa.