NOTAER/ES: Tripulação conta como salvaram vítimas durante as enchentes no Estado
05 de fevereiro de 2020 1min de leitura
05 de fevereiro de 2020 1min de leitura
Espírito Santo – A situação era delicada: a aeronave sobrevoava uma área montanhosa e qualquer deslize poderia causar um acidente. “É um risco, um trabalho físico e mental, mas que é recompensado pela gratidão das pessoas. Fizemos tudo com muito amor e dedicação”, afirmou o major do Núcleo de Operações e Transportes Aéreo (Notaer), entidade que une Polícia Militar, Civil e Corpo de Bombeiros.
O pouso delicado em meio à chuva imprevisível aconteceu quando o helicóptero executava a difícil operação de levar mantimentos e resgatar moradores. Em duas semanas, foram 43 pessoas salvas e toneladas de comida, água e medicamentos transportados.
Muitos socorridos estavam ilhados e sem se alimentar, como os três pescadores que foram resgatados em cima de um pé de jamelão no distrito de Pacotuba, em Cachoeiro de Itapemirim.
Eles ficaram três dias por lá enquanto a água não parava de subir. “Em alguns locais, quando a aeronave passava, as pessoas acenavam pedindo socorro”, relembrou Cristian. Na mesma Pacotuba, uma cena não sai da cabeça do capitão Elvis Protta.
Pela manhã, o helicóptero comandado por ele resgatou um senhor de 64 anos que estava ilhado há dias em sua casa, ainda intacta.
Seis horas depois, ao passar pelo mesmo local para outro resgate, Protta se deparou com a casa do idoso, já destruída pela enxurrada. “Só restou o piso e um fogão. O resto foi levado”, contou Protta após o salvamento que impediu o aumento do número de mortes – são nove até agora.
Capitão da Polícia Militar, Protta faz questão de ressaltar a paixão pelo que faz. Um prazer “duplo”, como ele mesmo define. “Além do prazer de voar, temos a motivação de poder ajudar as pessoas. Sabemos que nossa atividade é o último recurso de resgate, quando todos os outros já não são mais possíveis. Essa satisfação não tem dinheiro no mundo que pague”.
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