Navegação aérea e perfis de aproximação de não precisão por equipamentos GNSS em voos VFR
12 de agosto de 2021 2min de leitura
12 de agosto de 2021 2min de leitura
Voos em condições IFR são aqueles onde os pilotos recebem informações de instrumentos embarcados?
Se assim fosse, o simples fato de você estar checando a potência utilizada do grupo motopropulsor de sua aeronave caracterizaria o seu voo como IFR.
Voos IFR são aqueles que voam sobre regras de voo por instrumentos!
Assim, ele deve estar cumprindo alguma regra/protocolo publicada e aprovada pelo órgão competente, como um procedimento da saída (SID), de voo em rota (ENROUTE), de chegada (STAR) ou de aproximação (RNAV).
Receber informações de instrumentos de navegação embarcados sem estar cumprindo alguma regra não vai transformar o seu voo em IFR, assim como não pode ser caracterizado como uma violação operacional se utilizarmos informações satelitais (GNSS) embarcadas em voos sob condição VFR.
Equipamentos GNSS embarcados, quando certificados/homologados, são de extrema confiabilidade para operações aéreas de não precisão.
Em um voo visual (VFR) muitos fatores podem afetar a percepção da tripulação e contribuir para a degradação de uma trajetória de aproximação ou decolagem. A utilização de informações de equipamentos GNSS embarcados pode compensar adequadamente essa percepção para uma melhor avaliação da trajetória que se está seguindo em voo visual.
Isso não quer dizer que o tripulante, em um voo sob regras de voo VFR, deva estar voando “olhando para dentro” de sua aeronave todo o tempo mas, sim, usar essas informações complementares como um “cross-check” de suas avaliações visuais, ou seja, elas serão usadas como uma referência secundária.
No caso de fases de preparação e aproximação para pouso, nós conhecemos esta prática como C.D.A., do acrônimo Constant Descent Approach, a qual permite aproximações estabilizadas que diminuem sensivelmente a carga de trabalho de pilotos e, consequentemente, aumenta a segurança de voo.
Esses perfis não são desenvolvidos e publicados pelos órgãos competentes de aviação civil, porém é uma prática inteligente quando não há outra opção disponível em uma área não controlada.
Operadores aéreos podem especificar o uso de uma técnica de perfil de aproximação estabilizada fora de áreas de controle, desde que sob condições visuais e, assim, para aproximações que não sejam de precisão, com a projeção de rampas de descida continuada através de informações satelitais (GNSS).
Lembrando a frase de Richard Collins que “Nem tudo que é legal é necessariamente seguro”, podemos dizer que “Nem tudo que não é publicado é perigoso”.
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