Bahia  – A capitã PM Maíra Galindo é uma das poucas mulheres a comandar um helicóptero do Grupamento da Polícia Militar da Bahia (GRAER/BA).

A policial esteve recentemente em Feira de Santana, participando da Operação Aeroleste, que resultou na apreensão de uma submetralhadora, pistola e drogas.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em entrevista ao Acorda Cidade, ela contou sobre a oportunidade de pilotar uma aeronave, além dos desafios encontrados na profissão.

“Junto com a capitã Danusa, nós iniciamos essa jornada da mulher na aviação policial militar no Grupamento Aéreo, e desenvolvimento de todas as atividades nessa área de piloto policial. Atualmente, eu piloto um ‘esquilo’, que é um monomotor, mas piloto também uma aeronave de porte maior, mais robusta, um EC-145, que possui dois motores”, informou.

Com mais de 20 anos na Polícia Militar, a capitã Maíra destacou que o trabalho é como uma missão, algo que foi pré-determinado e avaliou como uma profissão encantadora.

“Eu já tenho um bom chão na Polícia Militar, são 21 anos de estrada, entrei com 18 anos, e posso dizer que estou no terço final de carreira. Acredito que seja uma missão, uma coisa que veio pré-determinada, uma atividade encantadora, porém muito demandada de estudo e de dedicação, de compromisso, de suor para fazer acontecer um voo”, disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Segundo a policial, as atividades pelo Graer variam desde as operações militares até a prestação de serviços ao cidadão.

“Nós atuamos constantemente em atividades tanto de policiamento, ao exemplo de assalto a bancos, policiamento preventivo, apoio policial, perseguição, atividades mais complexas, mas também atuamos na parte da Defesa Civil, como salvamentos terrestres, salvamentos aquáticos, combate a incêndios, transporte de órgãos, transporte de vacinas, uma série de atividades de serviços ao cidadão também”, explicou.

Para pilotar o helicóptero, a PM Maíra Galindo destacou que precisa de dedicação com a aeronave.

“Hoje eu piloto apenas helicóptero, mas nós temos as especificidades, então temos piloto de asa fixa, o avião, então ele só pilota o avião, piloto de helicóptero só pilota helicóptero, para podermos ter uma dedicação maior com a aeronave. Esse helicóptero, por exemplo, é o chamado esquilo, guardião 02, que tem uma velocidade que a gente chama de 100 nós, isso na velocidade comum pode chegar entre 200 até 220 km/h, então em um percurso entre Feira de Santana até Salvador, a gente pode fazer em até 25 minutos”, informou.

Mesmo com a vida na Polícia Militar, a capitã também destacou a rotina dividida como mãe de família.

“Hoje sou uma mulher casada, tenho dois filhos, um de 5 anos e outro de 2, é o tenente Caio e o aspirante luca. Posso dizer ser uma responsabilidade muito grande. Lembro que quando entrei para a aviação, não tinha ainda a noção desta responsabilidade que é hoje. Quando vamos para uma escola, uma faculdade, uma comunidade, lembro que fomos para as enchentes no sul da Bahia, e as pessoas em situação de vulnerabilidade vinham nos parabenizar, dizer ter ali uma mulher em uma função como esta, então isso representa a classe feminina. Dá um estímulo, e saber que podemos chegar cada vez mais longe, então é saber que estamos ali trabalhando em nossa função, mas sendo inspiração para as novas meninas, as mulheres, que sejam abraçadas em mais setores femininos”, pontuou.

Um veículo que não é muito utilizado pela população pode causar um certo medo em muitas pessoas. Segundo a capitã PM Maíra Galinho, o essencial é manter todos os protocolos que são cobrados, a fim de realizar um voo seguro.

“A aviação é uma atividade segura desde que a gente cumpra todos os protocolos, que são muitos. Nós estamos em constante estudo, em constantes prevenções, pois como a manutenção aeronáutica é muito eficaz e muito detalhada, todo esse conjunto onde nós vamos trabalhar o homem, a mulher no caso, que é a parte física, é a parte mental, a parte de estudo, a parte psicológica, a parte de você estar bem para o serviço, ou seja, não ir para uma festa, perder noite e vir tirar o serviço.

Então tudo isso vai contribuir, a parte do meio, nós estarmos constantemente ao que está em nossa volta, o local de pouso, se tem fiação, se não tem, fazendo todo esse rastreamento, a meteorologia que vai entrar no meio, então está em condições adversas? A gente tem a humildade em dizer que a gente não vai enfrentar. E a parte da máquina, que você está nessa constante observação da máquina, a manutenção.

Nós temos uma manutenção preventiva, a corretiva e a preditiva, ou seja, estamos constantemente avaliando para minimizar os erros dentro desse viés, onde nós estamos em estudo, a observação e o cuidado, pois a aeronave é um meio extremamente seguro”, concluiu.