NÁDIA TEBICHERANE

O policial sentia o suor escorrer por todo o corpo. A situação era tensa, perigosa, estava tudo muito ruim. A casa que estavam cercando estava cheia de bandidos, a iluminação era precária, o terreno irregular, era o território inimigo.

Por muitas vezes, sentira aquela atmosfera hostil, a vida em risco e muitas cenas passavam simultaneamente ao seu redor e no seu interior.

Em meio a todos os perigos, com todos os seus sentidos em alerta, mais uma vez ele sentiu a criatura a seu lado. Desde de criança tinha consciência de nunca estar sozinho. A sensação sempre foi de medo, curiosidade, mas acima de tudo de segurança.

De repente, sentiu o cano de uma arma tocar sua cabeça e a voz ríspida dizer: ‘Se despede da vida, meganha’.

Nosso policial sentiu um frio intenso, fechou os olhos e pensou que no final era assim que todas as coisas acabavam: no tempo de um disparo.

Alguns segundos depois o policial ouviu um click seco da arma cuja munição falhara.

Virou-se rapidamente e atirou contra a morte. Viu o bandido cair a sua frente, inerte.

Protegeu-se atrás de uma árvore. Respirou fundo procurando normalizar os batimentos cardíacos e restabelecer seu equilíbrio. Foi quando ouviu a voz clara e serena do anjo: ‘Mãos ao alto, soldado. Agradeça pela sua vida’.

O homem ajoelhou-se, elevou suas mãos e agradeceu.

Quantas vezes a sua vida já foi salva pelo seu anjo?

Agradeça…