Manutenção de blindados e helicópteros da Polícia Civil do Rio não está garantida para as Olimpíadas
27 de março de 2016 2min de leitura
27 de março de 2016 2min de leitura
Rio de Janeiro – Faltando pouco mais de quatro meses para as Olimpíadas, o uso de helicópteros e dos mais modernos blindados da Polícia Civil ainda não está garantido durante a realização dos Jogos, em agosto.
Por conta da crise financeira do estado, a corporação ainda não sabe como vai pagar a manutenção das duas aeronaves usadas pelo Serviço Aeropolicial (Saer) após o fim do contrato atual, custeado pela Casa Civil.
Já os dois caveirões Maverick, comprados pela Secretaria de Segurança em 2013 para os grandes eventos que o Rio iria sediar, terão a garantia expirada também até o fim do semestre. A Polícia Civil ainda não encontrou mecânicos capacitados para fazer a manutenção dos veículos, de fabricação sul-africana.
No último dia 10, o governador Luiz Fernando Pezão publicou, no Diário Oficial, um despacho transferindo da Casa Civil para a polícia a “responsabilidade pela execução da manutenção de todas as aeronaves que integram a sua frota”. Entretanto, segundo Rodrigo Oliveira, delegado da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) — à qual o Saer é subordinado — a Polícia Civil não tem condições financeiras de manter o contrato.
Despachos do Governador
EXPEDIENTE DE 01 DE MARÇO DE 2016 PROCESSO N° E-12/001/346/2016 – DETERMINO a transferência à Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro da responsabilidade pela execução da manutenção de todas as aeronaves que integram a sua frota.
— Sem manutenção, as aeronaves não voam. Até o fim do semestre, com o contrato atual, os voos estão garantidos. Depois disso, será a Polícia Civil que vai ter que arcar as despesas, mas não temos verba — afirma Oliveira.
Já a manutenção dos blindados é feita por mecânicos sul-africanos, que vão morar no Rio até acabar o prazo da garantia. Depois, voltam para seu país. Enquanto a corporação não encontra uma saída, os blindados, que são os mais modernos da polícia, seguem na garagem, enquanto os mais antigos são usados.
A Polícia Civil possui dois helicópteros operacionais: um Huey ll blindado e outro do modelo Esquilo. Segundo agentes ouvidos pelo EXTRA, as aeronaves são as únicas no estado que fazem voos baixos, fundamentais em grandes operações. “Sem os helicópteros, vamos cancelar 90% das nossas operações. Não vou colocar meus homens em risco”, afirma o delegado Ronaldo Oliveira, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada.
Já os caveirões Maverick custaram R$ 6,65 milhões, ou R$ 831 mil por unidade, à Secretaria de Segurança. Ao todo, oito foram comprados em 2013: quatro para o Batalhão de Operações Especiais (Bope), dois para o Batalhão de Choque (BPChq) — com torre com jato de água, para controle de distúrbios — e dois para a Core. É capaz de transportar 12 homens e resiste a disparos de metralhadoras calibre ponto 30 e fuzis 7.62 mm.
Fonte: Extra, por .
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