Rio de Janeiro – Faltando pouco mais de quatro meses para as Olimpíadas, o uso de helicópteros e dos mais modernos blindados da Polícia Civil ainda não está garantido durante a realização dos Jogos, em agosto.

Por conta da crise financeira do estado, a corporação ainda não sabe como vai pagar a manutenção das duas aeronaves usadas pelo Serviço Aeropolicial (Saer) após o fim do contrato atual, custeado pela Casa Civil.

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Já os dois caveirões Maverick, comprados pela Secretaria de Segurança em 2013 para os grandes eventos que o Rio iria sediar, terão a garantia expirada também até o fim do semestre. A Polícia Civil ainda não encontrou mecânicos capacitados para fazer a manutenção dos veículos, de fabricação sul-africana.

No último dia 10, o governador Luiz Fernando Pezão publicou, no Diário Oficial, um despacho transferindo da Casa Civil para a polícia a “responsabilidade pela execução da manutenção de todas as aeronaves que integram a sua frota”. Entretanto, segundo Rodrigo Oliveira, delegado da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) — à qual o Saer é subordinado — a Polícia Civil não tem condições financeiras de manter o contrato.

Despachos do Governador

EXPEDIENTE DE 01 DE MARÇO DE 2016 PROCESSO N° E-12/001/346/2016 – DETERMINO a transferência à Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro da responsabilidade pela execução da manutenção de todas as aeronaves que integram a sua frota.

— Sem manutenção, as aeronaves não voam. Até o fim do semestre, com o contrato atual, os voos estão garantidos. Depois disso, será a Polícia Civil que vai ter que arcar as despesas, mas não temos verba — afirma Oliveira.

camihaoJá a manutenção dos blindados é feita por mecânicos sul-africanos, que vão morar no Rio até acabar o prazo da garantia. Depois, voltam para seu país. Enquanto a corporação não encontra uma saída, os blindados, que são os mais modernos da polícia, seguem na garagem, enquanto os mais antigos são usados.

A Polícia Civil possui dois helicópteros operacionais: um Huey ll blindado e outro do modelo Esquilo. Segundo agentes ouvidos pelo EXTRA, as aeronaves são as únicas no estado que fazem voos baixos, fundamentais em grandes operações. “Sem os helicópteros, vamos cancelar 90% das nossas operações. Não vou colocar meus homens em risco”, afirma o delegado Ronaldo Oliveira, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada.

Já os caveirões Maverick custaram R$ 6,65 milhões, ou R$ 831 mil por unidade, à Secretaria de Segurança. Ao todo, oito foram comprados em 2013: quatro para o Batalhão de Operações Especiais (Bope), dois para o Batalhão de Choque (BPChq) — com torre com jato de água, para controle de distúrbios — e dois para a Core. É capaz de transportar 12 homens e resiste a disparos de metralhadoras calibre ponto 30 e fuzis 7.62 mm.

Fonte: Extra, por Rafael Soares.