Cap PM Marcus Vinicius BARACHO de Sousa
Grupamento de Radiopatrulha Aérea da PMESP

Tenho defendido muito o emprego de Indicadores de Gestão nas OASP. Entendo que uma OASP que não mede seu desempenho, caminha sozinha, num deserto de dúvidas, sem saber para onde seguir. Seria como embarcar em uma aeronave sem painel de instrumentos, e realizar um voo, decolando do “nada” ao “lugar nenhum”.

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A grande dificuldade que se encontra é na construção desses indicadores, bem como definir o que deve ser realmente mensurado.

Sugiro que comece por partes, passo a passo, até que tenha familiarização com o tema. Assim, divida os diversos setores de sua OASP e com a ajuda de seus colaboradores (funcionários), reflita sobre o que é importante nas rotinas de cada um.

Pode-se começar pela Operação Aérea de Segurança Pública. Esse é o momento crucial de qualquer OASP, é a hora da verdade, é o momento em que virá o chamado e todo o investimento, treinamento e processo, será colocado à prova.

Então, não se discute que a hora da verdade, o voo em prol do interesse público, deve ser feito com total segurança, garantindo-se que nossas aeronaves e tripulação decolem, cumpram a missão e retornem. Nesse contexto e somado a todos os esforços que já são feitos no dia a dia, por que não agregamos a construção de indicadores para segurança operacional de nossos voos?

Para ter um caminho a seguir nessa jornada, basta que tais indicadores estejam relacionados à tríade que já conhecemos, quais sejam: HOMEM, MEIO E MÁQUINA. Desenvolva indicadores que estejam integrados aos três temas citados, e a partir deles comece a mensurar a segurança operacional de sua OASP, potencializando medidas que colaboram com a segurança e mitigando itens que a comprometem.

Um exemplo poderia ser o índice de tripulantes que possuem EPI completo na OASP, seria um indicador interessante e que permitiria e justificaria ações no sentido de adquirir equipamentos, bem como renovar os que já existem.

O índice de fadiga da força de trabalho na OASP pode ser mensurado e acredito que irá contribuir muito com a segurança. Outra proposta seria o índice de envelhecimento da frota de aeronaves da OASP, com base nesse indicador, o Gestor poderia desenvolver ações para realizar a substituição de aeronaves antigas, dentro de um planejamento orçamentário e sustentável, oferecendo uma ferramenta de trabalho nova e moderna para seus colaboradores.

Outros indicadores podem ser elaborados, considerando o trinômio acima citado, não é tão complexo e exigirá pouco trabalho para desenvolvê-los.

A proposta de aplicação de indicadores na gestão de segurança operacional é exatamente essa, abrir caminhos para uma administração forte e vitoriosa identificando quais são os principais temas que afligem a OASP em determinado momento, motivando a reflexão para gerar medidas eficientes e que resolvam os problemas cotidianos que se apresentam e podem comprometer a segurança operacional.

Bons voos, com boa gestão!