Helicóptero da PM usa câmera que “enxerga” no escuro
04 de fevereiro de 2016 3min de leitura
04 de fevereiro de 2016 3min de leitura
Mato Grosso – A partir desta semana, o policiamento aéreo em Mato Grosso passará a contar com um equipamento capaz de “enxergar” no escuro. O dispositivo será acoplado a um helicóptero do Ciopaer (Centro Integrado de Operações Aéreas) e fará a captação de imagens em infravermelho.
“É um sistema móvel acoplado à aeronave, permitindo a identificação de pessoas através do calor. Ele possibilita a realização de operações de inteligência, dá suporte a ações em terra e, sobretudo, age em situações de fuga de pessoas que roubaram veículos ou que fizeram grandes assaltos, como os do novo cangaço”, explicou o secretário estadual de Segurança Pública, Fábio Galindo.
O equipamento foi adquirido ao custo de R$ 2 milhões pelo Governo do Estado para a Copa do Mundo de 2014, porém só agora está entrando em operação. O FLIR (do inglês Foward Looking Infra-Red), como é chamado, detecta a radiação infravermelha emitida por objetos quentes, como veículos em movimento ou mesmo pessoas.
O dispositivo usa a energia térmica para formar, com a ajuda de um processador digital, imagens tridimensionais dos objetos, criando uma espécie de “retrato térmico” em tempo real.
A ideia da Segurança Pública é fazer o uso diário do equipamento, mas o FLIR será empregado também nas grandes operações, como a “Carga Máxima”, lançada nesta semana.
A ação vai durar 100 dias e envolver todo o aparato de segurança do Estado. O Carnaval 2016 também será monitorado.
“O patrulhamento aéreo é orientado por informações de inteligência criminal estratégica, identificando quais são os locais e horários de maior incidência de roubo para que a gente possa fazer o monitoramento com a aeronave”, disse Galindo.
Uma das grandes vantagens do FLIR é captar imagens e não ser percebido, já que a aeronave voa alto. Nem mesmo o barulho das hélices é ouvido por quem está no solo. Outra vantagem é que, quanto mais energia térmica o suspeito produz, mais fácil é sua identificação, já que a câmera capta o calor.
Suspeitos que correm na multidão fugindo de algum crime, por exemplo, são mais visíveis porque seus corpos estão mais quentes. O mesmo vale para carros que atingiram altas velocidades em razão do calor produzido pelo motor.
Acoplada ao helicóptero, a câmera é comandada tanto por um tripulante da aeronave quanto por um integrante das forças policiais em terra. “O helicóptero é ligado diretamente ao coordenador operacional de rua. Assim, a aeronave vai fazendo toda a estratégia de cerco das viaturas e das motos que vão por terra. O cerco é absoluto. Sem contar que o próprio helicóptero pode fazer a abordagem”, explica o secretário.
Custo de manutenção
Toda essa tecnologia, no entanto, não é barata. A Secretaria de Segurança estima gastar cerca de R$ 1 milhão por mês em manutenção, já que a intenção do Governo é fazer o uso diário do sistema.
“O patrulhamento aéreo já foi definido na operação Carga Máxima, que vai durar 100 dias, com incursões pontuais usando todas as tropas especiais e o patrulhamento aéreo”, disse Galindo.
Desde 2007, a Receita Federal brasileira tem helicópteros semelhantes, que atuam em cidades fronteiriças, como Foz do Iguaçu (PR), com o objetivo de reprimir o contrabando no meio da mata.
Os dispositivos FLIR surgiram na década de 1960, nos Estados Unidos. Foram usados primeiramente na Guerra do Vietnã como forma do exército norte-americano evitar incursões noturnas da guerrilha vietcong pela mata.
Nos últimos anos, tem sido empregado em guerras como as do Iraque e Afeganistão.
Veja o vídeo:
http://youtu.be/M5okOElnpJM
Fonte: MidiaNews.
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