Helibras e a Aviação de Segurança Pública – 40 anos de história
11 de junho de 2018 6min de leitura
11 de junho de 2018 6min de leitura
Por Eduardo Alexandre Beni, entrevista exclusiva com Richard Marelli, presidente da Helibras.
A história da Helibras começou em 14 de abril de 1978 no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), quando o governo brasileiro decidiu ter uma indústria de asas rotativas no país.
Em 1980 é inaugurada as instalações da Helibras em Itajubá e aos poucos foi atendendo ao mercado, sobretudo os clientes nas áreas estatais, participando de programas estratégicos de ampliação da infraestrutura da aviação militar e das polícias civis e militares em praticamente todos os Estados da federação.
Nesses 40 anos, a Helibras teve papel fundamental no desenvolvimento da Aviação de Segurança Pública do Brasil e, com exclusividade e de forma inédita, o presidente da empresa, Richard Marelli, conversou com Eduardo Beni, idealizador do Portal Resgate Aeromédico & Piloto Policial, sobre alguns destaques desse setor, especialmente sobre inovações, projetos, formação e o que a Helibras representa para a aviação pública.
Eduardo Beni: Quantos e quais modelos da Airbus são operadas na segurança pública do Brasil?
Richard Marelli: Temos um total de 146 aeronaves operando atualmente na segurança pública do país, o que corresponde a 85% deste mercado. Os modelos em operação são: Família Esquilo, que inclui AS350, AS355 e EC130B4, além de outros como H120, EC135, EC145 e o AS365 (Dauphin).
Eduardo Beni: Para quem e quais foram as primeiras aeronaves vendidas para a segurança pública do Brasil?
Richard Marelli: A primeira aeronave vendida para a segurança pública do Brasil foi o Esquilo AS350, entregue para a Polícia Civil do Rio de Janeiro em 1981. A Polícia Militar e a Polícia Civil de São Paulo receberam, cada uma, um Esquilo AS350 em agosto de 1984. Daí para frente a segurança pública também passou a utilizar esses helicópteros, como a Marinha (1979), Força Aérea (1984) e Exército (1988).
Eduardo Beni: Quais os projetos desenvolvidos pela Helibras que deu mais eficiência à aviação de segurança pública?
Richard Marelli: Entre os principais projetos desenvolvidos pela Helibras que colaboraram para a eficiência da segurança pública do país podemos citar:
Além disso a Helibras conta com mais de 200 equipamentos com Certificados Suplementares de Tipo (CST), os quais podem equipar uma aeronave e estão homologados pela ANAC. Além disso, a empresa possui diversas outras soluções que são feitas sob medida para cada cliente e suas respectivas missões.
Eduardo Beni: Como vê o papel da Helibras no desenvolvimento da Aviação de Segurança Pública?
Richard Marelli: A Helibras, na condição de única fabricante de helicópteros do país, possui um fundamental papel no desenvolvimento da Aviação de Segurança Pública do Brasil e encara como dever prover soluções personalizadas para seus clientes.
Também por possuir 85% da frota em operação neste segmento, estamos sempre em constante busca pelo avanço nas modernizações, nos desafios de engenharia, em inovações para acompanhar o desenvolvimento tecnológico, entre outros.
O Governo Federal conta com nosso apoio para o desenvolvimento deste mercado e para nós é uma honra poder contribuir com algo tão importante para o país.
Eduardo Beni: Existe algum programa especial de manutenção para as aeronaves da segurança pública oferecido pela Helibras?
Richard Marelli: Sim, além da manutenção clássica, que inclui mão de obra, materiais e revisões feita sob demanda do cliente, a empresa possui o personalizado Serviço HCare para suporte logístico por hora de voo, exclusivo da Helibras.
Nele, o cliente pode contar com o abrangente suporte de materiais para todas as manutenções programadas e não programadas dos helicópteros e é totalmente customizável para atender às necessidades do cliente. Seu principal objetivo é aumentar a disponibilidade das aeronaves por meio de um engajamento de disponibilidade de materiais.
O HCare é uma solução de serviços mais direta e ágil, pois facilita a gestão e o planejamento dos clientes e otimiza o fluxo logístico e administrativo por meio de processos de solicitação e aprovação de orçamentos simplificados. Ele permite que seus operadores tenham maior controle e previsibilidade de orçamento por meio do pagamento por horas de voo.
Com o HCare, o cliente pode contar com uma equipe dedicada de técnicos sempre pronta para prestar o melhor atendimento. A empresa está empenhada em entregar as peças no prazo e visitar os operadores para atender suas necessidades. Abrangendo gerenciamento de materiais, atendimentos em Aeronaves em Solo (AOG, sigla em inglês para Aircraft on ground), manutenção, suporte técnico, operações de voo e serviços conectados, o HCare garante que cada voo seja realizado com os mais altos níveis de segurança.
Eduardo Beni: Existe algum programa especial de treinamento de pilotos e de formação de mecânicos para as aeronaves da segurança pública oferecido pela Helibras?
Richard Marelli: O Centro de Treinamento da Helibras, localizado no Rio de Janeiro, oferece mais de 60 cursos para pilotos, mecânicos e especialistas em manutenção, além de reciclagens.
Desde o nível mais básico, os treinamentos teóricos e práticos são personalizados para a aeronave que o aprendiz irá pilotar ou os equipamentos que terá que lidar, seja o aviônico, um guincho ou cesta de resgate, um gancho de carga, entre outros.
Eduardo Beni: Existe algum sistema/equipamento novo ou em desenvolvimento para a segurança pública?
Richard Marelli: O time de engenharia da Helibras está empenhado em integrar um projeto da Jake’s Aerospace Government International Defense (JAGID) em seus helicópteros. Chamado de SmartCopter, a solução é um sistema de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR – sigla em inglês) portátil para consciência situacional da cabine do piloto e um sistema de comunicações que expande as operações terrestres para policiais e operadores militares.
Já em andamento, seu objetivo é a transmissão em tempo real de dados, seja voz ou imagens, para qualquer ponto, inclusive para um smartphone. Dessa forma, por exemplo, uma aeronave equipada com kit aeromédico já poderá transmitir as informações sobre a saúde de um paciente diretamente para o hospital, permitindo que médicos possam se preparar melhor para recebê-lo.
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