ALEX MENA BARRETO

Um dos assuntos mais discutidos atualmente é sobre a questão da sobrevivência da aeronave policial em um ambiente hostil. A premissa atual é a opção pela blindagem e consequentemente uma aeronave maior e mais potente.

Sem querer polemizar o assunto, existem diversos tipos de estudos e sistemas em desenvolvimento, com o objetivo de melhorar a consciência situacional da tripulação, como forma de melhorar sua capacidade de sobrevivência em áreas de risco, haja vista que quando helicópteros Apaches são abatidos em combate, conclui-se que somente a blindagem não foi suficiente para garantir a almejada capacidade de sobrevivência.

Um dos sistemas mais interessantes nessa área é um sistema de detecção de disparos de arma de fogo, baseado em sensores acústicos. Tal sistema tem recebido muitos investimentos militares, pois teria utilidade tanto para aeronaves, quanto para a própria infantaria, tendo em vista sua capacidade de alertar o operador do disparo de armas leves, além de informar de qual direção ele partiu.

Apesar dos helicópteros militares terem sofisticados sistemas de contramedidas eletrônicas para detectar e defender-se de mísseis ar-superfície, guiados por IR ou radar, ainda são bastante vulneráveis para armas não guiadas, como RPGs e armas de fogo, onde a contramedida está baseada na capacidade visual das tripulações.

A Agência de Desenvolvimento de Projetos Avançados de Pesquisa americana (DARPA) está desenvolvendo um novo sensor acústico para ser utilizado num sistema chamado HALTT (Helicopter ALert and Threat Tracking).

O sistema indicará a presença de fogo hostil, dando ao piloto o alerta de ataque e identificando sua origem.  Segundo o estatísticas americanas, 85% das ameaças hostis atuais contra helicópteros foram disparos de armas leves, que em termos militares, se enquadram os fuzis e pequenos reparos de metralhadoras .50.

Um protótipo do sistema foi instalado em uma aeronave UH-60 Blackhawk do Exército americano para iniciar avaliação, inclusive prevendo-se a sua imediata operação no Afeganistão.

Sistemas terrestres semelhantes, como o Boomerang, da Raytheon, e o ShotSpotter, da compania homônima, de alerta e localização de disparos, já estão em operação em forças militares terrestres e até mesmo no Brasil em missões de segurança pública. Agora o próximo passo é adequar um sistema que possa ser integrado em aeronaves.

Sem dúvida alguma, tal sistema seria um grande aliado na questão do aumento da capacidade de sobrevivência de uma aeronave policial.


Fonte : Wired.com