Estudo comparativo entre as aeronaves monoturbinas de asa rotativa para utilização no serviço Bombeiro Militar
29 de junho de 2012 4min de leitura
29 de junho de 2012 4min de leitura
JOÃO LUIZ CORDEIRO JÚNIOR
Cadete CBM/RO
[email protected]
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado no dia 17 de maio de 2012, no Academia de Bombeiro Militar do CBMSC em Florianópolis/SC, tendo como orientador o Ten Cel Edupercio, Cmt BOA-CBMSC, como pré-requisito para conclusão do Curso de Formação de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo comparativo entre as aeronaves monoturbinas utilizadas pela segurança pública, descrever as características gerais e específicas destes helicópteros, além de analisar qual máquina se adéqua ao Serviço Bombeiro Militar. Para obtenção desta informação, será realizada uma pesquisa em material já publicado, constituído principalmente de manuais de aeronaves, artigos de periódicos, material disponibilizado na Internet, pesquisa nas unidades aéreas dos Corpos de Bombeiros Militares e demais forças auxiliares para agregar a prática com o conhecimento teórico.
Atrela-se a essas informações, aspectos legais, técnicos e operacionais, com o intuito de proporcionar ao leitor uma visão comparativa e, principalmente, destacar a possibilidade da criação e aquisição de uma aeronave de asa rotativa para um grupamento aéreo do Corpo de Bombeiro Militar. Ao final deste trabalho, o leitor poderá concluir que nem sempre o ideal é possível, mas poderá optar pela máquina que satisfaça suas necessidades juntamente com a disponibilidade orçamentária e financeira.
No Brasil existem apenas 7 (sete) Corpos de Bombeiro Militar (CBM) com Grupamento de Operações Aéreas independentes, que são: o Batalhão de Aviação Operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (BAVOp-CBMDF), Grupamento de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (GOA-CBMRJ), Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (BOA-CBMMG), Companhia de Operações Aéreas e Segurança Aeroportuária do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (COASA-CBMGO), Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (BOA-CBMSC), Serviço Aéreo de Resgate do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (SAER-CBMAL) e, recentemente, o Grupo de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros de Rondônia (GOA-CBMRO).
Os grupamentos aéreos Brasileiros são compostos por diferentes modelos de aeronaves, com a predominância das aeronaves monoturbinas. Diante desta diversidade, surge à necessidade de estudar qual aeronave ofertará as maiores vantagens sob a ótica do custo, benefício e utilidade.
O GRAER-PR atualmente opera o Bell Jet 206 em suas atividades de Segurança Pública e Defesa Civil, e vem desempenhando sua missão normalmente, respeitando às limitações impostas pela máquina.
O Bell 206 L4 é operado pelo IBAMA em suas missões pelo Brasil. Esta aeronave dispõe de um espaço interno maior que o Bell Jet 206, fator que aumenta a capacidade de transporte da aeronave.
O Bell 407 é a aeronave que a Policia Rodoviária Federal (PRF) utiliza no patrulhamento e resgate aéreo pelas rodovias federais. Este helicóptero vem desempenhando missões desde 1999.
O BOA-SC atendeu mais de 1500 ocorrências em dois anos de existência com o AS 350 B, um dos primeiros “Esquilos” a serem fabricados. Apesar de não ser um modelo novo, os números demonstraram que a aeronave está cumprindo com a missão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina.
O AS 350 B2 é a aeronave mais utilizada por Corpos de Bombeiros Militares e pela aviação de Segurança Pública Nacional devido sua grande versatilidade, facilidade de manutenção, disponibilidade de peças de reposição. Essas características fazem o modelo ser o mais difundido entre os entes governamentais. O BOA-MG e BOA-SC empregam esta aeronave em suas atividades aéreas.
A versão moderna do Esquilo está no AS 350 B3, que gradualmente tem se incorporado na Aviação Brasileira. A Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo da Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (CGPA-MS ) foi a última unidade a adquirir esse modelo de aeronave.
O outro variante da Eurocopter é o EC 130 B4, helicóptero operado pelo GRAER-PR no Brasil. Esta aeronave possui um diferencial: o baixo nível de ruído graças a seu fenestron (carenagem no rotor de cauda), característica apreciada por operadores de transportes aeromédicos.
O Koala 119 da Agusta Westland possui características bastante apreciáveis nas atividades Bombeiros Militares, tais como potência e espaço interno amplo disponível. No Brasil, foram adquiridas quatro unidades desta aeronave nos últimos anos, sendo o CBM-GO e a PM-SC umas das unidades agraciadas com a aquisição deste modelo.
Atualmente, dispondo de U$ 1.000.000,00 (hum milhão de dólares) torna possível adquirir uma aeronave usada, como o modelo Bell Jet 206, ou AS 350 B. Essas aeronaves não possuem todos os recursos que um EC 130 B4 ou um Koala 119 possuem, entretanto, para quem quer iniciar seu serviço aéreo e dispõe de escasso recurso financeiro, estas aeronaves são uma boa alternativa para dar início ao Grupamento Aéreo para realizar as missões desempenhadas pelos Corpos de Bombeiros Militares.
Deste modo, fica claro que é possível a aquisição de aeronave e a criação de uma Unidade Aérea mesmo dispondo de pouco recurso financeiro. Necessita-se de uma administração e planejamento eficientes, que prime sempre pelo possível, para somente depois buscar o ideal, e lógico, não desistir ao longo do difícil trajeto que é a criação de um Grupamento Aéreo.
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