Estudo aponta necessidade de mudanças urgentes na Aviação Policial do Reino Unido
15 de dezembro de 2017 5min de leitura
15 de dezembro de 2017 5min de leitura
Reino Unido – A Her Majesty’s Inspectorate of Constabulary and Fire & Rescue Services (HMICFRS) publicou um estudo independente sobre o serviço de apoio aéreo policial e de resgate do Reino Unido. De acordo com a inspetoria, o estudo foi feito devido a preocupações de algumas forças policiais.
HMICFRS é um órgão autônomo e avalia e relata a eficiência e a eficácia das forças policiais que combatem a criminalidade, o comportamento anti-social e o terrorismo, além de melhorar a justiça criminal e aumentar a confiança. HMICFRS inspeciona todas as 43 forças policiais na Inglaterra e no País de Gales, juntamente com outros órgãos policiais e de aplicação da lei.
Leia o estudo completo: Planes, drones and helicopters.
O Conselho dos Chefes da Polícia Nacional convidou a inspetoria para auditar a situação e obter informações das 43 forças policiais da Inglaterra e do País de Gales. A maioria dos apoios aéreos policiais nessas regiões é fornecida pelo Serviço Nacional de Aviação Polícial (NPAS).
O inspetor da polícia Matt Parr, liderou a auditoria e elogia os líderes das operações aéreas, incluindo o NPAS, por “altos níveis de habilidade, dedicação e compromisso”, mas também apontou que o estudo revelou muitos problemas.
“Encontramos alguns problemas fundamentais com os atuais acordos colaborativos para o apoio aéreo policial, o que nos levou a concluir pela necessidade de algumas mudanças urgentes”, disse Parr.
“Com o número de bases reduzidas pela metade e o número de aeronaves sendo cortadas em um terço nos últimos 10 anos, a economia foi feita basicamente pelo corte do serviço fornecido às forças policiais ao invés de aumentar a sua eficiência. Um serviço inconsistente significa que muitos incidentes que requerem apoio aéreo terminaram antes que um helicóptero policial tenha conseguido chegar ao local”.
“Além disso”, continuou ele, “estamos preocupados com o fato de o serviço policial agora contar com um número de aeronaves insuficientes para fornecer uma resposta consistente aos incidentes para todas as forças policiais na Inglaterra e no País de Gales”.
O relatório encontrou o seguinte:
● “O nível de serviço prestado a muitas forças é menor do que esperávamos encontrar, e muitos incidentes acabaram antes que uma aeronave tenha conseguido chegar à cena.”
● “Não há evidências claras de que os arranjos atuais sejam financeiramente mais ou menos eficientes do que quando as forças gerenciavam seus próprios suportes aéreos e os custos não são compartilhados de forma igual entre as forças.”
● “O NPAS na sua forma atual é financeiramente insustentável: a estratégia de investimento de capital deixou o NPAS sem financiamento adequado para substituir a frota de aeronaves, que está envelhecendo.”
● “O serviço policial precisa desenvolver uma compreensão comum da demanda por apoio aéreo e sua contribuição para a eficácia e eficiência da polícia. Só então pode ser tomada uma decisão compartilhada e baseada em evidências sobre a combinação certa de drones, helicópteros e aeronaves de asa fixa, e sobre a colaboração com parceiros não policiais.”
● “Não há uma estratégia atualizada de apoio aéreo policial, e há margem para melhorias na política, orientação e comunicação com as aeronaves.”
● “Os atuais mecanismos de governança do NPAS são insatisfatórios: os mecanismos de tomada de decisão colaborativa são inadequados, e ter o [comissário da polícia] que é solidariamente responsável pelos serviços NPAS, inibe a prestação de contas.”
● “Os líderes das polícias precisam urgentemente reconsiderar os arranjos para o apoio aéreo policial”.
A auditoria aponta que a resposta média a um crime em ação que não envolve uma ameaça imediata à vida leva atualmente mais de 30 minutos. E em mais de 40% dos casos, as forças policiais realmente cancelaram suas solicitações de apoio de um helicóptero NPAS pois eles demoraram demais para chegar.
“Em média, levou mais de 10 minutos para despachar uma aeronave para as chamadas mais urgentes e uma média de quase 22 minutos para despachar uma aeronave para um crime que não envolve uma ameaça imediata à vida”, explicou.
O uso de drones também surgiu no relatório. A maioria das forças, segundo a auditoria, adquiriu sistemas de aeronaves não tripuladas (o NPAS não as usa). No entanto, a polícia não os avaliou suficientemente bem para decidir quais as capacidades que poderiam somar às operações. Isso traz o risco de que o serviço não tenha a evidência de que precisa para capitalizar os desenvolvimentos na capacidade dos drones, que o governo prevê que ocorrerá nos próximos anos.
Os drones não são atualmente operados pelo NPAS, mas a maioria das forças policiais os usa. O relatório forneceu recomendações para cada apontamento, onde basicamente, a auditoria solicitou que as forças policiais desenvolvessem uma compreensão comum da demanda e analisem a forma como as diferentes forças utilizam o suporte aéreo.
Também recomendou que o Conselho dos Chefes da Polícia Nacional publique uma revisão do processo de implantação do NPAS e que o NPAS deve elaborar um plano de substituição da frota para apresentar aos gestores que financiam os custos operacionais do serviço.
Ainda sobre substituição da frota, a auditoria disse que, até agora, não havia fundos suficientes para compras de novas aeronaves. Em vez disso, a NPAS investiu em atualizações, o que resultou em aeronaves que se aproximam do final de suas vidas de serviço sem planos de substituí-las.
O NPAS atualmente possui uma frota de 19 helicópteros com planos para adicionar quatro aeronaves de asa fixa. O serviço apóia todas as 43 forças policiais territoriais. A maioria das horas de voo são realizadas em missões de busca, tanto para suspeitos quanto para pessoas desaparecidas.
Leia o estudo completo: Planes, drones and helicopters.
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