NÁDIA TEBICHERANE

foto-9Eu sei que cientificamente devo estar errada, mas tenho a nítida impressão de que o tempo está passando muito mais rápido. A proximidade do final do ano me estarrece.

Janeiro estava logo ali atrás, ainda dava pra ver…

Outras coisas também estavam quase ao alcance das mãos: nossos filhos pequenos, o ano 2000…

A nossa noção de tempo se misturou com uma sucessão de datas que vamos cumprindo meio que no automático. Ficamos sabendo da vida pelas gôndolas do mercado ou decoração dos shoppings. E eles trocam tudo muito rápido.

Eu juro que via a vida passando mais devagar. Nossas expectativas cabiam no dia. Chegávamos à sexta-feira com a certeza de que a semana havia sido produtiva. Agora vamos dormir achando que não fizemos nada.

Lembro que viajávamos de carro com as meninas e logo que saíamos, elas perguntavam: “ falta muito, pai?”. O pai respondia: “ Estão vendo aquele morro? Fica atrás do morro “. E o morro demorava horas pra chegar…

Precisamos agarrar aquele tempo pelo rabo. Precisamos vivê-lo em cada um dos seus minutos. Temos que voltar a saborear as horas, os dias… Vê-los passando assim, tão rapidamente, nos dá vertigem e perdemos o foco.

Uma sensação estranha de vida escorrendo pelos dedos.

Tomara que esse mês que falta para o Natal, demore seis meses para passar. E nós possamos nos encontrar algumas vezes com 2015 antes que ele se vá.