Delegado vincula falha na recaptura de Fat Family à falta de helicóptero da Polícia Civil
25 de junho de 2016 3min de leitura
25 de junho de 2016 3min de leitura
Rio de Janeiro – O diretor do Departamento de Polícia Especializada, delegado Ronaldo Oliveira, afirmou na tarde desta sexta-feira (24) que a impossibilidade de usar os helicópteros da Polícia Civil do Rio por falta de manutenção das aeronaves coloca em risco o sucesso das operações e deixa em risco policiais e a população.
Segundo Oliveira, a falta da aeronave na ação realizada no Conjunto de Favelas da Maré, pela manhã, viabilizou a fuga do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, e contribuiu para que dois agentes fossem feridos.
“A gente já sabia [qual era] a casa [onde o traficante estava escondido], então o helicóptero ia parar em cima dela e ia dar tempo da gente chegar antes de ele fugir”, avaliou o delegado, segundo quem a instituição tem três helicópteros, que estão parados há três meses por falta de manutenção.
Oliveira disse irá reavaliar a deflagração de novas operações de grande porte. Ele contou que na segunda-feira, também na Maré, uma equipe de 12 policiais em um Caveirão ficou em risco porque o veículo, sem manutenção, enguiçou dentro da comunidade. “Só vamos agir quando nós tivermos condição. Nós estamos agindo mais pela emoção que pela razão. Mas eu necessito de condições tanto terrestres quanto aéreas”, destacou o delegado.
Apesar da fuga de Fat Family, os delegados envolvidos na operação a avaliaram como satisfatória. Foram apreendidos, após cerca de seis horas de intensos confrontos, cerca de meia tonelada de maconha, três fuzis, quatro pistolas, várias porções de outras drogas, presos sete criminosos e mortos outros três.
A polícia suspeita que um dos mortos fosse o chefe do tráfico do Morro do Engenho, em Inhaúma, conhecido pelo apelido de Sujão. Já um dos presos seria o gerente da venda de drogas no Favela do Mandela, em Manguinhos. “Temos certeza que o tráfico sofreu um grande prejuízo com essa operação”, afirmou o chefe da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), Felipe Cury, que classificou a ação como “exitosa”.
Cury afirmou ainda que “a Polícia Civil não irá parar enquanto não recapturar Fat Family”. Segundo ele, o traficante tem sido trocado de esconderijo, em média, a cada dois dias, e o serviço de inteligência tem monitorado sua movimentação. “Tínhamos uma informação privilegiada sobre a casa onde ele estava escondido”, destacou, ao comentar a ação desta sexta-feira.
Beltrame apoia delegado
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, também comentou nesta sexta-feira (24) as declarações de Ronaldo Oliveira sobre a falta dos helicópteros na operação e concordou com o delegado. Ele falou sobre o assunto durante visita ao complexo penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, onde vistoriou o terreno que deve abrigar um hospital de campanha voltado ao atendimento médico de criminosos presos, evitando levá-los a unidades da rede pública.
“O delegado esta coberto de razão. Estamos com as aeronaves das polícias Militar e Civil também paradas, e muitas vezes desamparadas de equipamentos que são totalmente necessários. Os equipamentos blindados foram comprados, mas estão parados, não chegam recursos para fazer a devida manutenção”, disse Beltrame, que chegou a Gericinó em uma helicóptero modelo Esquilo. Segundo ele, a Polícia Civil não quis usar um aparelho do mesmo tipo porque não há blindagem.
Fonte: G1.
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