DECEA faz testes para viabilizar inspeção em voo com Aeronave Remotamente Pilotada
03 de junho de 2018 3min de leitura
03 de junho de 2018 3min de leitura
Brasil – O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), por meio do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), nos dias 26 e 27 de maio, coordenou testes para verificar a viabilidade de inspeção em voo de auxílios visuais com a utilização de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAs) de asas fixas e rotativas.
“Fizemos um levantamento de dados, a fim de comparar com os resultados coletados na inspeção em voo realizada no dia 25 de maio, no aeródromo de Pirassununga (SP)”, esclarece o Capitão Aviador Rodrigo Pereira Drumond, coordenador do GT.
O teste contou com a participação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), da Divisão de Pesquisa do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) e da empresa XMOBOTS, que disponibilizou e operou os Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS).
A utilização de RPA na inspeção em voo é um experimento operacional e, durante os testes, foram avaliadas as demandas operacionais e técnicas, assim como a verificação do que ainda precisa ser desenvolvido para a utilização de RPA na atividade.
O teste consistiu da subida da RPA asa rotativa na vertical da cabeceira da pista e cálculo trigonométrico dos ângulos de transição, baseando-se na altura da visualização das caixas do PAPI (Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão), voo perpendicular ao eixo da pista para avaliação da cobertura angular, além de avaliação da cobertura utilizável e a clearance de obstáculos com a RPA asa fixa.
Os RPAS operam com um conjunto de câmeras de alta resolução, que captam as imagens e permitem a transmissão em tempo real, além de acurácia para extrair seus dados. As imagens transmitidas pelo equipamento são visualizadas a partir de monitores instalados em um GCS (Ground Control Station) instalado na pista do aeródromo, que efetua o controle remoto do RPAS. “As imagens são processadas após os testes junto com os dados do voo, posteriormente, essas imagens georreferenciadas são enviadas ao GEIV para gerar o relatório de inspeção em voo”, explica o piloto de RPAS, Henrique Dantas.
Segundo o Major Aviador Maximiliano Silva Lopes, um dos integrantes do GT, o objetivo é prover o DECEA com dados qualitativos e quantitativos – embasado cientificamente -, para permitir possíveis adequações à regulamentação das atividades de RPAS em inspeção em voo no Brasil. “É importante a participação do DECEA nesse tipo de atividade, principalmente, no suporte necessário ao desenvolvimento da inspeção em voo com novos equipamentos e tecnologias”, destaca o oficial.
“A finalidade é proporcionar uma redução de custos, maior disponibilidade do sistema de inspeção em voo, além de flexibilidade, pronta resposta, economia de recursos e diminuição de impacto no tráfego aéreo”, acrescenta o Major Maximiliano.
O diretor da XMOBOTS, Giovani Amianti, ressaltou a importância dessa parceria com o DECEA. “É uma troca de conhecimentos e aprendizagem com relação aos procedimentos de inspeção em voo, além da integração do RPAS no espaço aéreo”, afirma o engenheiro.
GT RPAS
Coordenado pelo GEIV, o Grupo de Trabalho consiste na Portaria GEIV 1-T/S6, de 14 de fevereiro de 2018 e conta com a participação de setores do DECEA, entre eles, o Subdepartamento de Operações (SDOP) – responsável pelo gerenciamento do projeto e o Subdepartamento Técnico (SDTE) – encarregado da análise e do delineamento técnico; o Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) – responsável pelos dados cartográficos; o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) – executor da coleta e da análise dos dados.
No cronograma foram estabelecidos eventos testes e reuniões para uniformização de conhecimentos e estabelecimentos de métodos a serem empregados.
Inspeção em Voo
O GEIV é responsável por medir, aferir e calibrar equipamentos de auxílio à navegação aérea, aproximação e pouso, bem como procedimentos de navegação aérea de grande precisão. Atuando em todo o Brasil, o GEIV cumpre cerca de 1.200 inspeções em voo por ano, o que contabiliza, em média, 3.600 horas de voo.
Ascom DECEA
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