Crise financeira leva PM do RJ a deixar helicópteros parados
20 de maio de 2015 3min de leitura
20 de maio de 2015 3min de leitura
Rio de Janeiro – A crise financeira enfrentada pelo estado do Rio de Janeiro afeta também a Segurança Pública do Estado. Por falta de pagamento das empresas responsáveis pela manutenção dos helicópteros da Polícia Militar, toda a frota usada em operações policiais está parada.
Conforme mostrou o RJTV, a PM tem seis helicópteros. Cinco são aeronaves esquilo, avaliadas por especialistas em R$ 10,5 milhões cada uma. O sexto é o helicóptero blindado da PM, o chamado “caveirão do ar”, avaliado em R$ 22 milhões.
Em nota, a PM confirmou que as aeronaves estão paradas desde do dia 10 de maio. Segundo a corporação, até a próxima sexta-feira (22) dois helicópteros serão liberados para voo.
Além das manutenções preventivas, a atividade de manutenção das aeronaves também segue um calendário. Além disso, existem fatores técnicos pelo uso do helicóptero que também obrigam a realização de manutenções corretivas. Assim, as aeronaves, em prol da segurança de voo, são obrigadas a parar e fazer a manutenção correta.
O uso intenso de helicópteros na atividade de segurança pública gera desgastes no equipamento, obrigando intervenções e consequentemente gera mais despesa. Assim, para se voar com segurança em operações aéreas de segurança pública exige recurso e, com planejamento, mais disponibilidade de aeronaves. Sem recurso, o planejamento e a disponibilidade de helicópteros fica prejudicada.
A Helibrás, empresa responsável pelo serviço de manutenção nos helicópteros, confirmou que a PM está com pagamentos atrasados, mas não divulgou o valor da dívida. Um levantamento feito pelo deputado Luiz Paulo, do PSDB, presidente da Comissão de Tributação da Alerj, mostra que a PM deve mais de R$ 1 milhão a Helibrás. Em nota, a corporação informou que já pagou R$ 500 mil à empresa neste ano e que até o fim de maio pagará os outros R$ 500 mil.
A Helibrás informou também que tem procurado realizar os serviços de manutenção com dois mecânicos sediados no Rio.
Já os serviços de manutenção no helicóptero blindado são executados pela empresa Líder. Conforme mostrou o RJTV, o “caveirão do ar” está num hangar em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Os mecânicos retiraram o motor e aguardam a chegada de peças dos Estados Unidos. A Líder disse que não vai comentar a situação.
Segurança abalada
Somente na semana passada, 12 pessoas morreram durante confrontos em comunidades na região Central do Rio. Ocorreram confrontos ainda no Alemão, na Rocinha, na Maré e na Ilha do Governador. Ônibus foram incendiados no Estácio e no Rio Comprido, na Capital, e também na Baixada Fluminense. Em nenhuma destas ocorrências foram usados os helicópteros da PM.
O especialista em segurança Paulo Storani disse que o uso de helicópteros é fundamental para orientar as equipes em solo.
“O rádio patrulhamento aéreo foi criado para dar mobilidade às operações policiais, melhorar a comunicação entre o solo a partir da observação aérea, e também fazer com que as pessoas se sintam mais seguras, sabendo que existe um aparato de segurança pública, ao nível que a população merece”, disse.
Storani destacou que deixar as aeronaves paradas é um risco para a capital Fluminense. Para ele, a falta de manutenção dos helicópteros demonstra que a Polícia Militar “está trabalhando às cegas. Isto não pode acontecer numa cidade como o Rio de Janeiro”, afirmou.
Com informações de: G1.
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