Conheça a história da lavradora que recebeu um novo coração no Dia das Mães
13 de maio de 2018 3min de leitura
13 de maio de 2018 3min de leitura
Minas Gerais – Dizem que não existe nada maior e mais valioso do que coração de mãe, não é mesmo? Quem nunca ouviu o ditado popular que diz que “em coração de mãe sempre cabe mais um”. Coração de mãe sempre foi tema de versos e poesias. Nesse último Dia das Mães, no Hospital das Clinicas de Belo Horizonte, o coração da mãe virou presente.
Mãe de cinco filhos a dona de casa e lavradora, Nazaré Rodrigues dos Santos recebeu neste domingo (13) o melhor e mais esperado presente: um coração novo. Há um ano e meio, Nazaré veio saiu da cidade do Jaíba, no Norte de Minas e veio para a capital em busca de uma solução para seu problema cardíaco.
Portadora da doença de chagas, ela sofria de insuficiência cardíaca causada pela patologia. Em alguns casos, a doença de chagas destrói as células cardíacas, como no caso se Nazaré. Para que o paciente cure a patologia cardíaca, é necessário uma cirurgia de transplante de coração.
A filha caçula de Nazaré, a dona de casa Solange Gonçalves dos Santos, de 27 anos, contou que a mãe saiu do Jaíba e veio morar com ela e o marido em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, para fazer o tratamento na capital. Mas, há um mês, ela voltou para o Norte de Minas.
“Quando ela começou a fazer o tratamento, ela sentia-se muito mal. Porém, com o passar do tempo, ela foi melhorando. Por isso, voltou para Jaíba”, disse.
Segundo Solange, a mãe sentia-se muito cansada ao fazer atividades simples do dia a dia. “Apesar da melhora, ela não dava conta de fazer muito bem as atividades de casa”, contou.
Disse ainda que Nazaré é uma pessoa muito animada e uma mãe muito carinhosa. “No coração dela já cabia tudo mundo. Com esse novo, então, vai ser melhor ainda”, comemorou.
O cirurgião cardiovascular do Hospital das Clínicas Paulo Henrique Nogueira Costa explicou que a cirurgia de transplante de coração é um trabalho de time. “O procedimento é todo coordenado. Temos uma equipe em Juiz de Fora, de onde o coração está vindo, e uma aqui. Estamos em comunicação o tempo todo, trabalhando paralelamente. Quando o coração chegar aqui, a paciente já estará pronta para recebê-lo”, explicou.
Segundo Costa, o coração é o órgão que menos tolera a isquemia – tempo que o órgão fica sem ser irrigado. “São quatro horas entre o coração parar de bater em um doador e voltar a bater no receptor”, contou.
De acordo com o cirurgião, o Hospital das Clinicas é uma referência em transplantes no país. “O hospital tem uma experiência muito grande com esse tipo de procedimento, temos quase 300 transplantes de coração realizados. Isso coloca a gente em um grupo muito pequeno de hospitais no mundo que já realizaram esse tipo de procedimento”, disse.
Costa explica que a taxa de sobrevida é aproximadamente 90% em um ano, e que o paciente tem uma vida normal, mas deve fazer um acompanhamento para o resto da vida.“O paciente vai precisar de uma rotina de medicamento, que controlam a rejeição. Isso porque, a reação do organismo é interpretar como um corpo estranho, e atacar o novo órgão”, completou.
Fonte: O Tempo, por Ana Luiza Faria.
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