Conheça as Vespas, os novos drones do CBMMG
05 de dezembro de 2019 5min de leitura
A vespa é conhecida como um inseto temido por muitas pessoas. Na contramão dessa perspectiva, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais se inspirou no nome e som do bicho para apelidar um instrumento que pode salvar vidas: o Veículo Especial de Segurança e Prevenção Aérea (Vespa).
Trata-se de 20 drones que integram a corporação a partir deste ano. E para pilotar a nova modalidade de aeronave, mais de 100 militares de Minas e outros estados convidados passaram por treinamentos intensos nos últimos dois meses.
A tecnologia promete agilizar mais de 1.100 ocorrências de pessoas perdidas em mata; 28 mil incêndios florestais; 1.600 de derramamento de produtos perigosos e, principalmente, garantir mais segurança aos bombeiros militares. Originalmente conceituado como Remotely Piloted Aircraft (Aeronaves Remotamente Pilotadas, RPA na sigla em inglês), o equipamento aos poucos ganhou vez no estado mineiro, conquistando espaço desde 2014 e foi institucionalizado no ano passado em treinamentos de habilidade de voo.
veja o video abaixo conhecendo o drone da Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais :
De agosto a novembro deste ano, Belo Horizonte sediou cinco cursos intensivos de 40 horas cada, distribuídos em 8 horas diárias – e o comandante ressaltou: foi preciso extrapolar o tempo. Foram 22 horas de voo prático com aulas de legislação, segurança de voo, meteorologia, teorias de voo, navegação, aplicação em combate a incêndio, busca, salvamento e desastres. A partir deste mês, os equipamentos começarão a ser distribuídos e os pilotos vão começar a voar nas suas cidades em todo o estado.
Treinamento intensivo para pilotos
Para treinar toda essa tropa de 102 bombeiros militares foi preciso preparo de um comandante. Na corporação há 20 anos – e há mais de 10 na aviação -, o capitão Kléber Castro foi o responsável por trazer a tecnologia a Minas. “Os helicópteros e a aviação moderna são muito ligados à tecnologia, então pra nós a transição foi muito fácil”, contou o coordenador do Núcleo de RPA’s. Mas antes de se tornar fácil, foi preciso, além de interesse, formação.
Kléber passou por vários cursos online e presenciais de busca e salvamento com drones em São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. “Também fizemos vários estudos científicos e buscamos as melhores práticas do mundo inteiro para poder utilizar os drones em ocorrências de bombeiros”, contou o capitão.
Piloto e instrutor de helicópteros, o militar observou a necessidade de um equipamento que potencializasse as ocorrências e encontrou no drone a resposta que precisava. Enquanto o militar está em solo protegido, consegue pilotar uma Vespa com câmeras normais e termográficas – que detectam o calor humano – e ter um ponto de vista diferenciado da operação. As ocorrências mais recentes de salvamento com a Vespa foram de pessoas perdidas.
Em 27 de outubro, o Corpo de Bombeiros encontrou um grupo de três pessoas que tinham ido fazer caminhada na Serra do Cipó e ficaram perdidas à noite. Segundo o militar, elas só foram localizadas às 21h por causa da câmera termal. Outro caso, mais recente, foi de um rapaz que estava em uma pista de drone amador, em Sabará, na Região Metropolitana de BH. O homem perdeu o controle do aparelho que caiu na mata e ao buscar o equipamento, o entusiasta ficou perdido.
Segurança para a tropa
O tenente-coronel Alexandre Rodrigues, comandante do BOA, incentiva o uso das Vespas por serem também um recurso econômico para o Estado. “Isso é uma tendência mundial que a gente observou. É uma ferramenta que traz efetividade para as respostas das ocorrências e, ao mesmo tempo, economia para os cofres públicos”, disse. “A gente fala que o drone vem para complementar o uso da aeronave mas também, em muitos casos, substitui.”
Cada hora num helicóptero custa na faixa de R$ 4 mil. “O drone, após formação, é praticamente de graça. O preço é insignificante principalmente em relação a custo de aeronave”, reafirma. “A gente economiza horas de voo em relação a manutenção, seguros e principalmente exposição aos riscos inerentes da viação”, defende.
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