Ceará – A Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) completa 20 anos de existência em 2015, como a maior organização de policiamento aéreo do Norte-Nordeste, a quarta maior do país, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e a maior em termos de equipamento aeromédico. Porém, muito antes de consolidar tal posição, aeronaves já eram utilizadas para garantir a segurança dos cearenses.

As primeiras atividades aéreas de segurança pública no Ceará datam de 1982, ano em que um helicóptero do Governo do Estado, pertencente à Companhia Energética do Ceará (Coelce), foi utilizado para o transporte das vítimas de um acidente aéreo em Pacatuba. “Foi o batismo de fogo dessa aeronave, com o então comandante Hugo da Costa Marroquim”, relembra o major Marcos Costa, relações públicas da Ciopaer.

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Em 1984, com as grandes enchentes ocorridas no interior do Estado, novamente foi utilizada a aeronave da Coelce para ajuda humanitária aos atingidos. Em 1991, com a criação do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), da Polícia Militar do Ceará, houve o primeiro treinamento de uma tropa especializada em operações helitransportadas, com o emprego de técnicas de desembarque tático por rapel. Em 1994, durante o sequestro do cardeal Dom Aloísio Lorscheider, à época arcebispo de Fortaleza, houve novo emprego do helicóptero nas buscas ao criminosos, situação em que todos foram recapturados.

Autonomia

Em 10 de outubro de 1995, durante o lançamento da Operações Férias, uma aeronave “Esquilo” – HB 350 B (PT-HLM), de fabricação francesa, que pertencia à Coelce – foi incorporada à Polícia Militar do Ceará, sendo então criado o Grupamento de Policiamento Aéreo da Polícia Militar do Estado do Ceará (GPAER). Essa aeronave, inclusive, é utilizada até os dias de hoje.

Durante dois anos, o GPAER ainda operava utilizando mão de obra e estrutura da Coelce. Em 1997, de maneira inédita, decolou a primeira aeronave com tripulação totalmente policial, com policiais militares efetuando a manutenção das máquinas. “Esse foi um divisor de águas, a autonomia na operação da aeronave apenas pela Polícia Militar”, conta o major Marcos Costa. No mesmo ano, houve a mudança visual, quando foram adotados as cores verde e amarelo e o indicativo de chamada, mudando de “Raio” para “Águia”.

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Naquele ano, as ações do GPAER contribuíram para zerar o número de assaltos a banco no Ceará, além de o grupamento ter atuado em muitas missões de resgate. “Nós conseguimos atrair para nós o foco de uma equipe eficiente e um serviço que era interessante para o Estado. A partir daí houve um acréscimo no investimento”, observa o major Marcos.

Em 4 de julho de 2001, com a adesão do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil, foi criada a Ciopaer. Todo o material de aviação pertencente ao extinto GPAER foi incorporado à nova estrutura da Secretaria da Segurança Pública e Defesa da Cidadania (SSPDS). Além disso, foram adquiridos mais três helicópteros modelo “Esquilo” (AS 350 B2), a fim de incrementar a atividade aérea no Estado, aumentando o poder de ação do então status de Coordenadoria.

Em 2007, houve mais uma mudança significativa. A Ciopaer passou a adotar a identidade visual semelhante a das viaturas do Ronda do Quarteirão e o indicativo de chamada passou a ser “Fênix”. “O nome é uma alusão ao pássaro mitológico que renasce das cinzas. A partir do processo de reconstrução iniciado em 2007, a aquisição de novas aeronaves, reestruturação do prédio, foi considerado que ressurgimos”, explica o major Marcos Costa.

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Nomes importantes

Ao longo de todos os anos de crescimento da Ciopaer, alguns nomes foram essenciais para a coordenadoria se consolidar com o poderio atual. Dentre eles, o major Marcos Costa cita dois em especial: coronéis Manoel Damasceno de Souza e Antônio Nirvando Monteiro.

“Foi o coronel Marcos Damasceno de Souza quem comprou a ideia de fazer a aeronave voar em um grupamento da polícia, retirando da Coelce. Alguns duvidavam que ele conseguisse esse feito, mas, com o apoio do Governo do Estado, ele conseguiu que a aeronave voasse já como equipamento da polícia”, disse.

Já coronel Monteiro, hoje aposentado, se destacou pela perspicácia e empreendedorismo dentro da coordenadoria. “Ele é um dos pilotos mais capacitados do planeta. Uma capacidade técnica enorme, milhares de horas de voo. Além disso foi um grande empreendedor, pois começou como subcomandante, depois assumiu o comando de um grupamento, depois saiu para outras missões e voltou em 2007. Na época, passávamos por uma situação complicada, poucos meios, aeronaves paradas, e ele conseguiu sensibilizar o governador Cid Gomes, onde conseguimos um aporte de recursos”, relatou o major.

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Atividades

Como parte integrante da estrutura organizacional da SSPDS, o Esquadrão Fênix tem por finalidade racionalizar e centralizar, em um único órgão o controle, a operação e a manutenção das aeronaves de asas fixas e rotativas, empenhadas em atividade policial, monitoramento por câmeras, serviço aeromédico, de socorro público, de combate a incêndio, de busca, resgate e de defesa civil, tornando a máquina administrativa mais ágil e compatível com as necessidades e interesses da coletividade.

Exemplo de integração operacional, a Ciopaer tem em seus quadros integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, os quais se desdobram para atender às mais diversas ocorrências, em todas as regiões do Estado.

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Quadro

Atualmente, a Ciopaer conta com uma frota de sete aeronaves, sendo três AS50 “Esquilo”, três EC 145 e um EC 135. Todas elas realizam as variadas missões confiadas à coordenadoria.

São 105 servidores, sendo 71 policiais militares, 14 policiais civis e 20 bombeiros militares, entre pilotos, tripulantes e profissionais de apoio em solo. Além deles, 22 servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sendo 10 médicos e 12 enfermeiros, trabalham de maneira integrada com as missões da Ciopaer.

Fotos:

Fotos: Marcos Studart e Queiroz Neto

Fonte: Governo do Estado do Ceará