Ser piloto de aeronave da Polícia Militar de São Paulo não é uma tarefa fácil. O processo de seleção de pilotos ocorre de forma semelhante nas demais Polícias Militares, Polícias Civis, Corpos de Bombeiros Militares, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

Polícia Militar de São PauloCada Polícia e Corpo de Bombeiros segue critérios próprios, conforme suas necessidades, entretanto, para todas, o concurso público é uma condição, assim, para se tornar um piloto dessas Polícias e Corpos de Bombeiros é necessário prestar um concurso, se tornar um policial ou um bombeiro militar, ser selecionado internamente e realizar os cursos de piloto, através de escolas próprias, homologadas pela ANAC, ou através de escolas contratadas pelo Estado, através de licitação.



Como regra geral nas Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares para ser piloto de aeronave é requisito ser Oficial, entretanto, essa regra pode alterar, conforme a Instituição (Polícia Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal, e Corpo de Bombeiros Militar), pois existem pilotos, e não são poucos, Praças, Investigadores e Agentes, inclusive a existência do cargo de piloto policial no Estado do Rio de Janeiro.

Essa regra é mais rígida nas Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, pois, embora haja pilotos que sejam Praças, a seleção interna feita por essas Instituições, requer como condição ser Oficial. Importante dizer que na seleção concorrem homens e mulheres, não havendo distinção entre ambos, pois já existem mulheres que pilotam aeronaves policiais no Brasil. Esse é um espaço que vem sendo conquistado por elas.

Um exemplo: Como se tornar um piloto da Polícia Militar de São Paulo? Veja os requisitos.

1ª FASE: O Vestibular

Para ser piloto de helicóptero e/ou avião da Polícia Militar de São Paulo é necessário um longo caminho e ele se inicia por meio de concurso público de provas e títulos, desenvolvido pela Diretoria de Pessoal da Polícia Militar, sendo composto por 6 (seis) etapas:  1ª Etapa: Prova de Escolaridade, dividida em duas partes; 2ª Etapa: Prova de Condicionamento Físico; 3ª Etapa: Exames de Saúde; 4ª Etapa: Exames Psicológicos; 5ª Etapa: Investigação Social; 6ª Etapa: Análise de Documentos e Títulos, o candidato passará a ser Aluno Oficial do Curso de Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública (BCPSOP), que é de nível superior. O curso tem duração de quatro anos e é feito na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, na Zona Norte de São Paulo. Para ingressar, os candidatos devem ter ensino médio completo.

2ª FASE: Requisitos para seleção dos Oficiais

Experiência
Após ter concluído o Curso de Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública será declarado Aspirante a Oficial, após esse período, será promovido a 2º Tenente. Para poder se inscrever no concurso de seleção deverá estar inserido, dentre outros, nos seguintes requisitos:

– ser 2º Tenente ou 1º Tenente do quadro de oficias masculino ou feminino;
– ter concluído o BCPSOP há, no mínimo 02 (dois) anos e, ter no máximo, 13 (treze) anos de serviço;
– estar no efetivo exercício de suas funções Policiais Militares, em condições de saúde, disciplinar, desempenho,  etc.

Seleção para piloto
O processo seletivo dura de três a quatro meses e é composto de exames de aptidão física (subida na corda, teste abdominal e corrida), provas de habilidades específicas (natação e transposição de pórtico), exames psicológicos (etapa individual, coletiva e avaliada) e médico, além de entrevista avaliada com pilotos e psicólogos (Comissão Examinadora).

Escola de Aviação
Após ser aprovado, o oficial frequentará dois meses de aulas teóricas na escola de aviação do GRPAe da PMESP. Depois das aulas teóricas, prestam a banca da ANAC para licença de piloto privado de helicóptero. Com a aprovação na prova teórica e do exame médico no Hospital da Aeronáutica em São Paulo, iniciam a instrução básica de voo no helicóptero. Essa formação básica dura, em média, de dois a três meses. Finda a instrução básica de voo (30 a 35 horas) o aluno será avaliado e, se aprovado no seu “voo de cheque”, recebe a licença de piloto privado de helicóptero. A partir dai inicia sua longa caminhada até chegar a comandante de aeronave e instrutor de voo.

Adaptação ao voo policial
A fase de adaptação pode durar até cinco anos. Os pilotos tripulam as aeronaves como co-pilotos, voando com todos os comandantes, acumulando experiência nas ocorrências policiais, de resgate aeromédico, salvamentos, etc. Durante esse percurso o piloto faz o Curso de Piloto Comercial de Helicóptero, realizado na escola de avição da PMESP e, se aprovado na banca da ANAC, faz seu “voo de cheque” e recebe a licença de Piloto Comercial de Helicóptero.

Desta feita, como PCH, ao alcançar cerca de 500 horas de voo estará apto a iniciar o curso avançado de voo, onde aprenderá a operar todos os equipamentos do helicóptero e gerenciar missões especiais, como pousos em áreas restritas, salvamento marítimo e lacustre, incêndio florestal, voos policiais noturnos, emergências, panes, etc, além de ser avaliada sua maturidade no comando da aeronave em virtude da complexidade da operação e do risco inerente à atividade.

Comandante
Após o curso avançado, o piloto é submetido a uma sequência de voos avaliados, tanto na missões policiais como de resgate aeromédico. Terminando todos os voos avaliados, esse piloto será submetido ao Conselho de Voo, formado por pilotos mais experientes e, se aprovado, recebe a promoção de co-piloto a comandante de aeronave.

A caminhada para ser um comandante de aeronave é longa, mas extremamente gratificante. Para ser basta começar. Acredite nos seus sonhos, pois o meu se realizou.