Com 21 chefes de facção a bordo, avião da Polícia Federal deixa o RN
08 de agosto de 2016 3min de leitura
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Os 21 detentos apontados como chefes de uma facção criminosa que reivindica os ataques ocorridos nos últimos dias no Rio Grande do Norte deixaram o estado na manhã deste sábado (6) em um avião da Polícia Federal (Embraer 145). Algemados, eles embarcaram com destino aos presídios federais de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO). A aeronave decolou do Aeroporto Internacional Aluízio Alves às 10h.
A transferência dos presos deveria ter sido feita ainda na tarde desta sexta-feira (5), mas o voo foi cancelado porque se verificou que 7 detentos que seriam levados para o Paraná ainda não tinham recebido autorização da Justiça para ingresso no presídio de Catanduvas. O impasse só foi resolvido às 17h30, quando a Secretaria de Justiça e da Cidadania do RN foi comunicada que a autorização para a transferência dos presos estava liberada. Em razão do horário, e de um novo plano de voo que precisaria ser feito, o secretário Wallber Virgolino informou que os presos voltariam para a Penitenciária Estadual de Parnamirim, na Grande Natal. E foi o que aconteceu.
Gritos e choro
Os presos deixaram a Penitenciária Estadual de Parnamirim por volta das 7h20 deste sábado. Familiares dos detentos foram ao presídio e protestaram. Houve gritos e muito choro. Os veículos do sistema penitenciário saíram escoltados por carros do Batalhão de Choque da PM. O helicóptero Potiguar 1, da Secretaria de Segurança Pública, também acompanhou o trajeto até o aeroporto.
Os transferidos
Os presos transferidos são: Sebastião Figueira da Costa Júnior, Josenildo Medeiros da Silva, Josenildo Augusto da Silva, Bruno Mitchel Carvalho de Farias, Christian Lutianne Costa de Lima, Djackson Hyzacky Moreira da Silva, Gerson Menezes, Gilbeto da Cruz Silva, Igor dos Santos Peixoto, João Paulo Souza da Silva, Luanderson Inácio de Souza Cunha, Leonardo Victor Cavalcante Soares, Marcos Antônio Oliveira da Silva, Walleano Luabson Cruz dos Santos, Zadonaide Fernandes Nunes, José Wilson Trajano de Freitas, Francisco Frank Dantas da Costa, Renato da Silva Climaco, Cleiton Miranda Lins, João Maria dos Santos Oliveira e Rosivaldo Barbosa da Silva.
Entre eles está João Maria dos Santos Oliveira, o ‘João Mago’, preso no último domingo (31) em Nova Parnamirim, e apontado pelas forças de segurança do Rio Grande do Norte como um dos chefes de uma facção criminosa que vem agindo no estado.
Outros cinco presos, também apontados como chefes da facção, foram transferidos no início do mês para a Penitenciária Federal de Mossoró. São eles: Edson Cardoso Bezerra (Gato), Anderson Mendonça da Silva (Sancinho), Cosme Wendel Rodrigues Gomes (Cego), Alex Barros de Medeiros e Marcos Paulo Ferreira (Cabeça do Acre).
Ataques
Segundo o governo potiguar, a instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária de Parnamirim é apontada como a principal motivação para os atentados.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed) registrou 107 ataques em 37 cidades do Rio Grande do Norte durante a tarde da última sexta-feira (29), quando aconteceu o primeiro atentado, e a manhã da quinta (4), quando o último caso foi contabilizado. Ao todo, 108 pessoas foram presas suspeitas de participação direta ou envolvimento nos atos criminosos.
Os principais alvos dos criminosos foram ônibus, carros, prédios da administração pública e bases policiais. Um dos acessos ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, e até mesmo a vegetação do Morro do Careca – um dos principais cartões-postais do estado – também foram alvos dos atentados.
Exército nas ruas
Homens do Exército, Marinha e Aeronáutica chegaram ao Rio Grande do Norte na manhã da quarta-feira (3) e se integraram às forças estaduais de segurança pública no combate aos ataques criminosos. Os militares – provenientes de Pernambuco, Ceará e Paraíba e do interior do RN – devem ficar em Natal e na região Metropolitana da capital potiguar até o próximo dia 16. Na solenidade de lançamento, o governador Robinson Faria quebrou o protocolo e apelou para que esse prazo seja estendido.
Fonte: G1.
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