Mato Grosso – Três homens se aproximam do motorista de aplicativo na manhã de 8 de novembro deste ano na Capital. A vítima havia estacionado o carro em frente a um prédio próximo ao Córrego 8 de Abril e esperava por uma cliente, quando o trio chegou gritando: “Perdeu,perdeu!” Nisso, entregou a carteira, os celulares, dinheiro e o carro, onde os criminosos saíram em alta velocidade. O 10º Batalhão da PM que passava pelo local iniciou uma intensa perseguição. Neste momento, a campainha da sala de rádio tocou, “convocando o Águia” para mais uma ação.

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O pedido de apoio era para não perderem os ladrões de vista. Em menos de 2 segundos cinco militares embarcam e o Águia decola, na base do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Com voos rasantes e policiais suspenso por um cabo de rapel armados, a equipe do Centro Integrado de Operações Áreas (Ciopaer) consegue acompanhar e apontar onde os criminosos estavam escondidos.

Esta é somente uma das várias ações do Ciopaer diariamente. A hora voo de cada helicóptero custa em média R$ 4 mil para o Estado e a dos aviões, de menor porte, em torno de R$ 2,2 mil.

Desde junho de 2006, quando foi criado oficialmente, o Ciopaer opera no rio, em terra e no ar. Na maioria da vezes, está envolvido em operações aéreas, incluindo ação direta, resgate de reféns, rebeliões em presídios, reconhecimento especial e operações de defesa interna. Sem exceção, todos os membros são membros do sexo masculino. “Mas possuímos policiais mulheres que atuam na parte administrativa da corporação”, diz o comandante da unidade, o tenente coronel PM Juliano Chirolli.

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Equipe

De janeiro a outubro deste ano, 92 profissionais entre pilotos comandantes, co-pilotos, tripulantes operacionais, mecânicos de aeronaves e servidores de apoio terrestre participaram de 700 operações. Recuperaram 65 carros, 25% a mais que no ano passado inteiro quando foram 52. Também efetivaram 14 resgates.

A tropa é uma das mais bem treinadas e eficientes do Estado, pois atuam em confrontos quando necessário, resgates e perseguições. Como vão a lugares onde a polícia terrestre ou o socorro demoram a chegar. Eles acabam localizando possíveis ameaças e, se possível, eliminam alvos estratégicos e realizam ousadas missões de resgate.

“Como conseguimos chegar em questão de minutos na outra extremidade da cidade, fazemos muitas vezes os atendimentos de primeiros socorros a vítimas de acidentes. Logo os nosso policiais militares, civis e Bombeiros devem estar preparados para tudo. Estão aptos para qualquer ação. Se precisar descer do helicóptero para ajudar em um confronto, é o que irão fazer”, afirmou.

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Segundo o comandante do Ciopaer, desde 2015 eles atuam em forma de patrulhamento, dando suporte aos policiais que trabalham por terra. “Em muitos casos, é impossível uma viatura em solo conseguir localizar um suspeito, ou um veículo roubado. E é aí que entramos. Do alto, temos uma visão privilegiada, e depois de visualizado é quase impossível os criminosos escaparem da ação do helicóptero”, afirma, ao explicar que a aeronave pode voar mais de 6 mil metros de altitude a 200 km/h.

“Temos macas e oxigênio para a realização dos primeiros procedimentos médicos, e estamos armados, caso haja uma ação com intervenção policial”, falou.

Voo com a reportagem

Por conta desta visão é que o Ciopaer tem como símbolo a Águia, animal que dá voos rasantes e consegue enxergar detalhes a longa distância. A reportagem do voou com a tripulação por pelo menos 10 minutos nas áreas periféricas de Várzea Grande. De cima os detalhes são impressionantes e consegue-se ver os mínimos detalhes.

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Com uma segunda base no aeroporto regional Adolino Bedin em Sorriso ( a 340 Km de Cuiabá) e com a instalação do novo hangar, 28 municípios da região Norte de Mato Grosso recebem apoio operacional no enfrentamento à criminalidade e conta com a primeira base de combate e prevenção de incêndio florestal da Amazônia Legal. No local, conta com um helicóptero (AS350) e dois aviões de combate a incêndio (AT802F – Air tractor) do Corpo de Bombeiros.

Fonte: RDNews