Ceará – Multifacetado, no sentido figurado, é aquele que possui características variadas e peculiares. Se pudéssemos usar um termo para explicar o trabalho desenvolvido pelos profissionais que fazem parte da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), “multifacetado” seria a palavra mais apropriada. Parte integrante da estrutura organizacional da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE), a Ciopaer une múltiplas habilidades em suas missões diárias.

Ascom Casa Civil e Arquivo Pessoal Fotos

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São policiais civis e militares, bombeiros militares e o trabalho complementar de médicos e enfermeiros do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) Ceará. No último dia 4 de julho, ao alcançar a marca de 25 anos de atuação em prol da sociedade cearense, a Ciopaer se consolida na história da segurança pública do Brasil com excelência, competência e destreza.

O secretário da Segurança Pública do Ceará pontua o serviço de excelência da Ciopaer, que é referência no Brasil em atividades que vão da segurança à saúde pública. “Destaco também o trabalho do aeromédico. Nós temos aeronaves exclusivas para esse atendimento, que transportam pessoas em todo o Ceará, e em alguns casos, até mesmo de ou para fora do Estado, além do transporte de órgãos. O Ceará é hoje um dos grandes exportadores de córneas para todo o País. Muitos desses transportes também são realizados pela Ciopaer, que tem esse grande serviço prestado à sociedade alencarina, não só na área da segurança pública mas também na saúde pública”, pontua.

André Costa destaca também a qualidade da frota da unidade cearense, que a coloca no patamar dos grandes grupamentos aéreos do País. “A Ciopaer possui a frota mais moderna de todo o País e é uma das maiores do Brasil. A Coordenadoria é ainda uma grande referência em aviação policial, não só pela qualidade da sua frota, mas também pela qualidade dos seus pilotos, tripulantes, apoio em solo e mecânicos. Muitos pilotos policiais vêm de outros estados para aprenderem e para fazerem estágios aqui no Ceará. A Ciopaer possui a única escola de formação de pilotos por instrumentos no País entre as escolas policiais”, destaca.

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À frente da coordenadoria, o delegado de Polícia Civil do Estado do Ceará, Aristóteles Tavares, destaca o papel primordial da Ciopaer: salvar vidas. “Ao longo destes 25 anos, a Ciopaer, de célula embrionária da aviação de segurança pública brasileira, se tornou referência nacional em tecnologia, operacionalidade, economicidade e gestão integrada dos recursos públicos, tudo com vistas a cada vez mais atender melhor e com mais qualidade a população cearense. Afirmo, todavia, que esse sonho só se tornou possível por meio da integração das forças de segurança pública em um só órgão, unindo valores, potenciais humanos e tecnológicos, centralizando decisões, unificando a gestão de contratos e, assim, otimizando os gastos públicos. Da integração nasceu a visão de gestão da Ciopaer como uma empresa, cujo lucro está em cada vida salva ao longo desses 25 anos”, disse.

História

A unidade aérea foi criada a partir do Grupamento de Policiamento Aéreo (GPAer) da Polícia Militar do Ceará (PMCE), em 1995, e nasceu para desempenhar funções de apoio a operações policiais, patrulhamento aéreo, resgates, transportes aeromédicos, transporte de pessoal, apoio às ações de defesa civil, transporte de órgãos e tecidos humanos para transplante, monitoramento ambiental e de recursos hídricos, geração de imagens para fins de segurança pública e institucionais, entre outras atividades. Em 2001, o GPAer passou a adotar o nome de Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) e uniu os serviços operacionais de policiais civis e bombeiros militares no planejamento e execução das missões.

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Excelência

Hoje, aos 25 anos, a Ciopaer é a maior unidade de aviação estadual do Norte/Nordeste, sendo considerada a maior operadora de aeronaves biturbina e homologadas para voo por instrumentos entre os órgãos estaduais brasileiros. Ela também é considerada como a operadora com serviço aeromédico público mais bem executado do País. São quatro bases fixas, instaladas em Fortaleza, em Juazeiro do Norte, em Sobral e em Quixadá. A coordenadoria dispõe de dez aeronaves, sendo nove helicópteros (um EC130 B4, dois AS350B2 esquilo, três Airbus EC135 e três EC145) e um avião modelo Cessna 210. No total, 165 profissionais de segurança pública compõem o efetivo da unidade aérea, entre pilotos, tripulantes operacionais, mecânicos e apoio solo, além de 20 profissionais de saúde do Samu Ceará.

Atuação

Além de operações policiais e do aeromédico, que é referência no Brasil, os profissionais da Ciopaer estão habilitados a cumprir ações de prevenção e repressão de crimes nos quatro cantos do Ceará, agindo também em ações de monitoramento de açudes, barragens, florestas, no combate a incêndios, no mapeamento de zonas urbanas para traçar políticas públicas, que contribuam para a diversidade de espécies da fauna e flora nativas, bem como para população que depende do habitat natural para sobreviver. As missões da tripulação da Ciopaer incluem ainda resgate de vítimas de afogamentos e o salvamento de pessoas em áreas isoladas de difícil acesso.

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Competência

A Ciopaer também é celeiro quando o assunto é formação para tripulantes que atuam na segurança pública. Desde 2008, com uma escola de aviação própria, a Ciopaer já proporcionou a formação de cearenses, nordestinos e estudantes de vários cantos do Brasil. Ao todo, 51 profissionais do Ceará e de nove estados brasileiros – Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Tocantins – foram formados na Unidade Aérea Pública (UAP) cearense e puderam multiplicar o conhecimento adquirido na Ciopaer para os grupamentos aéreos em atividade no Brasil. Atualmente, há seis cursos na grade da escola: Piloto Privado de Helicóptero; Piloto Comercial de Helicóptero; Curso de Formação de Operador Aerotático; Curso Avançado de Operador Aerotático; Curso de Formação de Técnico em Apoio Solo; e Ground School (familiarização teórica) das aeronaves AS50, EC35 e EC45.

Aeromédico

Equipadas com uma das mais modernas frotas do Brasil, as aeronaves da Ciopaer dispõem de aparelhos que apenas o Exército dos Estados Unidos da América e o clube de automobilismo alemão Allgemeiner Deutscher Automobil-Club (Adac) possuem. Além disso, elas possuem a capacidade de configuração para UTI aérea e detêm modernos equipamentos, entre eles, incubadoras de transportes de recém-nascidos, ventilador pulmonar, bombas de infusão, monitor multiparamétrico, com a capacidade de fazer capnografia, ou seja, que é capaz de medir o nível de CO2 (dióxido de carbono), o que permite o médico analisar se o paciente está com baixo débito cardíaco (choque). Tudo isso devidamente acoplado aos suportes mecânicos e eletrônicos da aeronave, no intuito de oferecer uma assistência adequada aos transportados.

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Duas aeronaves possuem UTIs embarcadas e são utilizadas para diversos trajetos para o atendimento aeromédico no Estado. Outros dois modelos H135, embarcados com equipamentos portáteis/móveis, também estão habilitados para realizar o serviço que salva vidas e encurta o tempo de socorro do traslado entre hospitais no Ceará. Nos cinco primeiros meses de 2020, a tripulação do aeromédico já foi acionada 61 vezes, ou seja, a cada dois dias e meio, o serviço é acionado.

Destreza

Há quase 21 anos de serviços na Ciopaer, a dedicação, o profissionalismo e o esforço do tenente-coronel Kleber Nóbrega Vieira se mantêm durante todos esses anos pautados na melhoria constante. Advindo da Companhia de Polícia Militar Ambiental (CPMA), hoje Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA), ele ingressou na Ciopaer em outubro de 1999, quando ainda era chamada de GPAer, sendo o servidor com mais tempo de atuação no efetivo atual da Coordenadoria. Atualmente como chefe do setor de operações da unidade área cearense da segurança pública, o tenente-coronel Nóbrega relembra que passou por diversas funções dentro da Ciopaer e sempre esteve disposto a se aperfeiçoar na área. Ele foi um dos pioneiros a pilotar aeronaves biturbina no Ceará.

Ascom Casa Civil e Arquivo Pessoal Fotos

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“Eu sempre estive muito envolvido nas diversas missões e demandas da Ciopaer. Na verdade, eu já passei por todas as funções aqui. Em 2010, recebemos a primeira aeronave biturbina, éramos os pioneiros a voar por instrumentos com uma aeronave biturbina no Ceará. Foram meses exaustivos de treinamento tanto no Brasil como na Alemanha (sede da fabricante das aeronaves da frota cearense e onde os pilotos foram formados). Foi difícil a transição na época, porque só voávamos visual, um tipo de regra de voo. E para voar por regra de voo por instrumentos, nós passamos por uma série de treinamentos. Hoje já são dez anos voando por instrumentos. Foi toda uma evolução tecnológica e técnica do nosso pessoal, não só de pilotos, como mecânicos e dos nossos operadores aerotáticos. Foram muitos cursos para que a Ciopaer chegasse a esses 25 anos com bastante bagagem, porque hoje somos uma unidade reconhecida nacional e internacionalmente como referência na aviação de segurança pública”, recorda.