CENIPA não identificou indícios de perfuração na fuselagem do helicóptero da PMERJ
19 de dezembro de 2016 2min de leitura
19 de dezembro de 2016 2min de leitura
RIO – Depois de quase um mês investigando as causas da queda do helicóptero do Grupamento Aeromóvel (GAM) da Polícia Militar ocorrida no dia 19 de novembro em Jacarepaguá, peritos da Aeronáutica (CENIPA) e do fabricante da aeronave não encontraram marcas de tiros na fuselagem do aparelho. Com isso, foi descartada a hipótese de que disparos feitos por traficantes da Cidade de Deus, como chegou a ser cogitado na época, tenham provocado o acidente.
Na queda, morreram quatro policiais militares que viajavam no helicóptero: o major Rogério Melo Costa, o capitão William de Freitas Schorcht, o subtenente Camilo Barbosa Carvalho e o sargento Rogério Felix Rainha.
Peritos do Instituto Médico-Legal (IML) do Rio também confirmaram que, após exames nos corpos dos policiais, não foram encontradas “marcas ou perfurações provocadas por projéteis de arma de fogo”. O laudo de exame de necrópsia foi concluído e deverá ser encaminhado agora à Força Aérea Brasileira e aos policiais da Divisão de Homicídios (DH).
O delegado Rivaldo Barbosa, diretor da DH, disse que ainda não teve acesso aos laudos.
— Precisamos dos laudos, tanto da Aeronáutica como do IML, para concluir nossas investigações. Se eles chegarem com essas informações, nosso trabalho termina, e o inquérito é arquivado. Olhamos os destroços da aeronave e também não vimos marcas de bala, mas não somos peritos. Precisamos dos laudos — reafirmou Rivaldo.
Em nota, o comando da Aeronáutica em Brasília confirmou que “o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não identificou nenhum indício de perfuração de projétil na fuselagem do helicóptero de matrícula PR-IDR, da Polícia Militar do Rio”. Segundo a FAB, “a equipe de investigação ainda aguarda o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), que dirá se a tripulação foi atingida por disparo de arma de fogo”.
A nota divulgou ainda que a equipe leva em conta diversos fatores contribuintes, sejam materiais, como sistemas da aeronave e projeto, humanos, como aspectos médicos e psicológicos ou operacionais.
O helicóptero caiu às margens da Avenida Ayrton Senna, próximo ao acesso à Linha Amarela. Os policiais foram ao local para auxiliar colegas que faziam uma operação na Cidade de Deus, onde estavam ocorrendo confrontos entre traficantes e milicianos, numa disputa pelo controle da região. O trabalho dos PMs era, do alto, com câmeras instaladas no helicóptero Esquilo Fênix 4, modelo AS 350 B3, monitorar e orientar as equipes que faziam ações em terra.
Os técnicos da Aeronáutica recolheram primeiramente os motores da aeronave e os eixos de transmissão, que fazem girar os rotores. Depois, todo o material passou a ser testado e analisado minuciosamente na base do Cenipa, no Rio. Imagens do acidente sugerem falha no rotor de cauda, pois o aparelho caiu girando em torno do seu próprio eixo. O Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa-3), ligado ao Cenipa, é o responsável pelo caso. Representantes da empresa Helibras, fabricante do helicóptero vendido à PM, acompanharam a perícia.
A Polícia Militar informou que só irá se manifestar sobre o caso quando as investigações estiverem concluídas.
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